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Enviada em: 29/05/2019

Na obra "Raízes do Brasil", o historiador Sérgio Buarque de Holanda afirma que as desigualdades enraizadas na sociedade brasileira são atemporais. A herança sociocultural oriunda da estruturação escravocrata e patrimonialista propiciou que as minorias, excluídas socialmente, buscassem formas alternativas de subsistência. Hodiernamente, as crises econômicas dificultam o mobilismo social e exigem que a população busque, autonomamente, qualidade de vida.       De acordo com o sociólogo Nick Couldry, o empenho independente das minorias é o que impede a perpetuação das disparidades sociais. No Brasil do século XXI, a oferta desigual de serviços básicos e a recessão acarretam a busca individual por sobrevivência. Embora haja oferecimento de programas assistencialistas - como o Bolsa Família - e execução dos serviços vitais, as altas taxas de inflação e a concentração de renda exigem que parcelas da população busquem meios alternativos de subsistir.        Conforme a Constituição Federal de 1988, os direitos sociais são de incumbência do Estado. Em outras palavras, saúde, transporte, segurança e educação são direitos da população e devem ser garantidos pelo Governo Federal. Contudo, desde que uma crise econômica atingiu o Brasil, em meados de 2014, tais direitos têm sido escassos. Nessa conjuntura, ações individuais e comunitárias têm sido desenvolvidas, como o trabalho informal e a criação de moedas sociais.       Torna-se evidente, portanto, que é fundamental suplantar as desigualdades sociais e a concentração de renda. Inicialmente, compete ao Ministério da Economia assegurar, por meio de parcerias com empresas privadas, a criação de postos de trabalho para reduzir o desemprego e a inflação. Outrossim, cabe ao Ministério da Educação, por meio de investimentos financeiros, aprimorar e expandir a oferta de cursos técnicos, a fim de fomentar o mercado de trabalho. Destarte, alcançar a superação de crises econômicas.