Materiais:
Enviada em: 29/07/2019

Carlos Drummond de Andrade, em seu livro de aforismos "O avesso das Coisas", reflete: "A frase completa do Imperador deveria ser: - Independência econômica ou morte". Unanimemente ao autor, apesar de deixar de ser colônia portuguesa, o Brasil arcou com uma significativa indenização a Portugal e ao Reino Unido, através do Tratado de Amizade e Aliança, estabelecido a partir de sua independência. Diante desse aspecto, convém avaliar os fatores atuais que se refletem nos fatos históricos da economia brasileira.             É evidente que o Brasil possui um grande potencial econômico: é fonte de uma vasta quantidade de recursos naturais a serem explorados, assim como é possuidor de abundante mão de obra. Entretanto, potências globais também reconhecem essa perspectiva e, desde sua colonização, o Brasil foi substancialmente explorado pelas mesmas. Além disso, a escravidão foi um dos principais protagonistas da economia pré-industrial brasileira, abolida em 1888, através da Lei Áurea, a qual deveria solucionar estas grandes injustiças, mas favoreceu a marginalização de escravos libertos, devido à falta de projetos de governo para a integração dessas pessoas. Por conseguinte, a desigualdade social não foi desfeita e persiste até hoje na realidade do país.          Conforme o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil é um país emergente com economia em desenvolvimento. A economia brasileira é uma das maiores do mundo, mas o país não se enquadra na lista de Países Desenvolvidos pois falha na distribuição equitativa de renda. É crucial que uma nação possa desenvolver sua economia de modo mais independente, como limitar a exploração de mão de obra barata e recursos naturais por parte de empresas privadas e estimular estruturas trabalhistas mais inclusivas e igualitárias. Ademais, a construção de iniciativas solidárias, como as propostas por Paul Singer, levam em conta os relevantes índices desiguais entre trabalhadores e empresários e procuram valorizar a dignidade humana e não o capital como único fim.             Portanto, providências por parte do Governo Federal e de seus Ministérios são necessárias para enfrentar os impasses econômicos no Brasil. É preciso que os Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia efetuem uma maior fiscalização na exploração de recursos naturais, por meio da valorização de empresas que prezem pela sustentabilidade em detrimento de outras que não cumpram as responsabilidades ambientais, com o intuito de garantir uma efetiva conservação do patrimônio nacional, intensamente explorado no passado. Paralelamente, o Ministério da Economia pode implementar Economias Solidárias, através de incentivos à autogestão de empreendimentos, a fim de coibir a disparidade e assegurar a inclusão social.