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Enviada em: 26/08/2019

Historicamente, o governo brasileiro enfrentou crises financeiras injetando dinheiro na economia. Entretanto, essa estratégia serve apenas como paliativo e não combate a verdadeira causa do problema, que é a fragilidade do mercado de trabalho. Além disso, o enfraquecimento dos sindicatos abre espaço para o incremento do desemprego em períodos de abalo na economia.           A princípio, válido lembrar como exemplo que, durante a crise do petróleo na década de 1970, o governo brasileiro injetou dinheiro por meio do milagre econômico. Todavia, sabe-se que essa política serviu apenas para camuflar a crise financeira que devastou a economia brasileira na década seguinte, a qual ficou conhecida como década perdida. Desse modo, mister que o Estado compreenda a verdadeira causa do problema, que é a desqualificação dos profissionais brasileiros, os quais ingressam no mercado sem a capacitação adequada.        Outrossim, é necessário que as categorias profissionais estejam preparadas para enfrentar esses períodos. Como leciona o jurista Carlos Ayres Britto, na obra “O humanismo como categoria constitucional”, os sindicatos são a principal ferramenta na luta pela manutenção dos direitos sociais. Nesse sentido, o fortalecimento da entidade sindical é importante para, em tempos de crise, evitar o crescimento desmedido do desemprego.           Isto posto, o amadurecimento das políticas públicas é fundamental para a resolução desta problemática. Assim, o Ministério da Educação deve, por meio da criação de escolas técnicas, investir na qualificação dos profissionais, a fim de consolidar um mercado de trabalho idôneo ao enfrentamento de crises econômicas. Ademais, os sindicatos podem, mediante convenções coletivas de trabalho, negociar a manutenção de empregos, ainda que seja necessária a realização de greves ou a flexibilização da jornada de trabalho dos funcionários.