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Enviada em: 26/08/2019

O índice de desemprego, no Brasil, alcançou uma marca assustadora em 2018 e ultrapassou os doze por cento. Entretanto, esse cenário não é apenas um reflexo da crise econômica, mas também da fragilidade do mercado de trabalho. Além disso, a citada problemática social é intensificada devido à desorganização sindical dos trabalhadores.        A princípio, observa-se que, no Brasil, não há uma cultura de fomento à qualificação profissional. Como leciona o jurista Carlos Ayres Britto, na obra “O humanismo como categoria constitucional”, a educação é um direito social básico dos cidadãos e um dever negligenciado pelo Estado. Com efeito, é necessário que seja realizado um esforço governamental para preparar o mercado de trabalho brasileiro para os tempos de crise. Desse modo, será possível enfrentar a recessão econômica sem que a taxa de desemprego cresça de forma descontrolada.        Outrossim, o enfraquecimento dos sindicatos deixa a classe trabalhadora fragilizada. Um exemplo disso é a resposta do setor empresarial à crise econômica atualmente enfrentada pela sociedade brasileira: demissão em massa. Conforme ensinamentos de Zygmunt Bauman, na obra “Modernidade Líquida”, na pós-modernidade impera a cultura do individualismo. Nesse sentido, a categoria profissional desunida é mais facilmente impactada por um modelo econômico individual, como é o caso do capitalismo, que objetiva apenas o lucro, independentemente dos danos sociais.      Isto posto, percebe-se que a crise econômica e o desemprego são fenômenos sociais imbricados. Assim, o Ministério da Educação deve, por meio da criação de escolas técnicas, investir na qualificação dos profissionais, a fim de consolidar um mercado de trabalho idôneo ao enfrentamento de crises econômicas. Ademais, os sindicatos podem, mediante convenções coletivas de trabalho, negociar a manutenção de empregos, ainda que seja necessária a realização de greves ou a flexibilização da jornada de trabalho dos funcionários.