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Enviada em: 07/06/2019

Em modelos fabris fordistas, a produção era feita a partir de um molde, atendo-se a um padrão. Análogo a isso, ainda nesse período industrial, o mesmo era válido para as famílias que, subjulgadas a um pensamento de uma sociedade judaico-cristã, só eram “válidas” quando compostas por um modelo tradicional pautado em um poder pátrio: pai como chefe de família, mãe subordinada e filhos. Ressalta-se, entretanto, que tal padronização não é mais adequada no contexto atual, já que o conceito de família tem passado por transformações socias, abrangendo uma pluralidade de relações as quais têm conduzido diversas repercussões no cenário brasileiro, modificando o mercado de trabalho com o espaço feminino e trazendo à tona uma varidade inquetante a uma ala conversevadora, instaurando-se a intolerância e o preconceito por parte desta à multiplicidade. Seguindo esse contexto, mudanças nas atribuições femininas dentro da sociedade e, principalmente, no eixo familiar, foram o estopim para novas visões de famílias. Assim, consolidando-se no século XX, a entrada da mulher no mercado de trabalho afetou diretamente o papel familiar, em que mais mulheres têm buscado independência e uma menor quantidade de filhos, alterando a pirâmide etária para uma menor população de jovens e revelando conceitos poucos discutidos, como a noção de familia unipessoal, conforme é relatado no romance Quincas Borba, no qual a família da personagem é composta por ele e seu cachorro. Dessarte, tais arranjos, assim como o número de famílias divorciadas, monoparentais e casais sem filhos têm tido uma trajetória crescente no país, segundo dados do IBGE, em que a família tradicional já não possui tanta dominância, representando menos de 50% dos tipos de família no campo brasileiro. Nessa perspectiva, ressalta-se a necessidade de adequação do pensamento social ao sistema toyotista, em que os produtos, assim como os arranjos familiares, são diversificados. Com isso, é necessário um embate aos preconceitos, já que novos conceitos parentais são vistos como “errados” por uma parcela tradicionalista que apoia o ideal de apenas homem e mulher em união, promovendo-se projetos de lei como o “Estatuto da Família” que são muito limitados a essa visão conservadora.Dessa forma, tal ideal acaba propagando discriminação, visto que a família, de acordo com o pensamento de Max Webber, como base social do indivíduo, é responsável pelos primeiros elos morais do cidadão, podendo gerar indivíduos propícios a um grande choque cultural com a diversidade e,consequentemente, intolerantes ao adentrarem em meio alheios a sua bolha social. Outrossim, o sistema midiático também se atém a tal padrão, em que campanhas publicitárias são marjoritariamente compostas por familias tradicionais e qualquer tentativa de fazer o diferente, como ocorreu em uma campanha do Boticário ao trazer um casal homoafetivo no anúncio, vira motivo de polêmica, já que tal questão familiar ainda é pouco discutida no âmbitos escolares, midiáticos e dentro da própria educação recebida em casa.