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Enviada em: 17/04/2017

A família, segundo Durkheim, é a primeira instituição social a qual um indivíduo tem acesso. Nela, são construídos os primeiros valores e iniciado o processo de socialização. Desde o final da Guerra Fria, com a ascensão da mulher no mercado de trabalho e a valorização da liberdade individual, a dinamicidade familiar vem se fortificando e adquirindo representatividade em uma sociedade cujos valores tradicionais e o relativismo cultural prevalecem. A não aceitação das individualidades que compõe, e sempre compuseram, a realidade humana, abre precendentes para a permanência da intolerância e do individualismo etnocêntrico.                                                                                                 A dinâmica dos valores de uma sociedade é inerente ao seu desenvolvimento e, com ela, a mentalidade do povo também se altera. Atualmente, a existência de núcleos familiares compostos por casais homossexuais, pais com filhos adotivos, cônjuges divorciados e filhos adjacentes, vem adquirindo conotações políticas, religiosas e sociais. Recentemente, uma importante discussão foi aberta à respeito do projeto de lei que valida o Estatuto da Família, que define quais uniões afetivas são plausíveis de certificação matrimonial, e seu descompasso com o que rege a Constituião Federal de 1988 à cerca de direitos de liberdade ideológica, política e religiosa, bem como os rumos que a sociedade contemporânea vem seguindo.                                                                                                                         Paralelamente, as religiões com doutrinas de cunho conservador, vêm fortalecendo a preservação de suas ideologias tradicionalistas e, quando extremistas, promulgando discurssos de ódio e intolerância. Diferentemente do que se pensa, a variabilidade da contrução familiar vêm tornando possível a inserção de indivíduos que, por diversas motivações, foram segregados de tal Instituição Social, como crianças abandonadas, órfãos e até mesmo àqueles que foram social e moralmente reprimidos. No âmbito contemporâneo e principalmente com o advento tecnológico, a lógica intelectual e liberal de respeito às peculiaridades, independentemente de suas origens, vêm alterando a mentalidade das gerações e contribuindo para a construção de um futuro sustentável e saudável.               Portanto, a modificação da moral social é notória e deve ser vista como um fator positivo para a manutenão dos valores arcaicos e culturalmente seletivos. Sendo assim, é de importante valor significativo que o Estado e as Instituiões religiosas adaptem suas ideologias consensualmente de modo que os direitos e deveres constitucionais sejam priorizados e preservados. Além disso, é dever da sociedade prezar pela tolerância das vertentes familiares do século XXI por meio de sua própria consciência moral e social e, enxergar nelas, a forma pura, autêntica e essencial do amor, que independe de etniais, gênero e crencas, mas que garante a felicidade e afeto como produto final.