Materiais:
Enviada em: 30/06/2017

Nos anos de 1980, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 66% das famílias eram denominadas famílias tradicionais, compostas por pai, mãe e filhos, no entanto, outra pesquisa realizada pelo IBGE em 2010 demonstrou que esse percentual diminuiu, passou para 49,9% e os outros tipos de famílias compostas por apenas um genitor, mães solteiras, homossexuais com filhos, etc., aumentaram para 51,1%. Embora as famílias não tradicionais sejam maioria, muitas sofrem por intolerância de grande parte da população que ainda acredita que só existe família se nela houver pai, mãe e filhos. Isso tem levado ao preconceito e a discriminação de crianças e adolescentes que não estão inseridos nas famílias tradicionais.        Em relação às crianças uma das formas de discriminação está nas festas de datas comemorativas realizadas por grande parte das escolas brasileiras. Dia dos pais e dia das mães são datas marcantes para uma criança, e se essa criança por algum motivo não convive com o pai ou com a mãe, ou se possui dois pais ou duas mães, sua vida familiar vira motivo de indagações e até mesmo de brincadeiras ofensivas por parte dos colegas. Tal situação reflete o despreparo das escolas que corrobora com o preconceito e a discriminação.        Dentre os adolescentes o preconceito e a discriminação vão além de agressões verbais. Em 2015 foi noticiada a morte de um adolescente de 14 anos que foi espancado por ser filho de um casal homossexual, o adolescente de nome Peterson foi agredido por colegas dentro da escola que estudava em Ferraz de Vasconcelos no estado de São Paulo. Atitudes cruéis que demonstram a intolerância à diversidade.        É necessário que medidas sejam tomadas para redução da intolerância ás diferentes formas de família. Para isso as escolas devem no lugar das comemorações do dia dos pais e dia das mães comemorarem o dia das famílias, diminuindo assim, a exposição e o constrangimento das crianças. Deve ainda, observar e ao identificar qualquer alteração comportamental, fornecer atendimento psicológico ás crianças e aos adolescentes que sofrem e praticam a discriminação. Aliado a isso, as escolas devem promover palestras aos alunos e à comunidade escolar, ministradas por psicólogos, com o objetivo de juntamente com os pais, construir uma postura de respeito e de inclusão, ensinar a conviver com as diferenças e aprender com as diferenças. Cabe ao Ministério da Educação através das mídias televisivas, veicular campanhas de respeito ás diversas formas da família contemporânea, demonstrando que os outros tipos de famílias são compostas de pessoas normais com direitos e deveres assim como as famílias tradicionais. Para que o Brasil se torne um país com cultura de paz.