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Enviada em: 03/08/2017

Já afirmava Claude Lévi-Strauss: "O mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele", nessa perspectiva a sociedade presencia um paradoxo, a persistência do arcaico, em contrapartida a repudiação do moderno. A família representada na Idade Média pelos ideais da Igreja Católica era vista de forma tradicional, com seu patriarca, mãe e prole. Dessa forma, surge a problemática da família representada na sociedade, que persiste, ligada intrinsecamente ao pensamento humano, seja pela lenta mudança na mentalidade social, seja pelo desamparo governamental.       É indubitável que o desinteresse estatal seja fator súpero sustentáculo da problemática. Para Aristóteles, a política por intermédio da justiça deveria corroborar para a harmonia individual e coletiva. De forma análoga, tal pensamento aristotélico é rompido, haja vista que, o Estado não protege contra o preconceito as novas formas de família. Não obstante, com a ausência de uma Legislação, a homofobia, a indiscriminação, a intolerância ganham força, reprimindo a formação do conjunto familiar.       Outrossim, a lenta mudança na mentalidade social atrela-se ao paradoxo. Durkheim determinava  que o fato social é um acontecimento coercivo, generalizado, que se repete ao longo dos anos. Nesse contexto, o fato de outrora empregado pelo Igreja Católica que determina o conceito de família ainda vigora, tornando qualquer tentativa de mudança obsoleta. Todavia, mesmo com a modernização, o fato segue pelas gerações.        Infere-se, portanto, a necessidade de mudanças governamentais e socais. O Poder Legislativo, deve criar uma Legislação para amparar e auxiliar a inserção de novas formas familiares na sociedade, impondo penas severas para com o preconceito. Em conjunção, o Poder Executivo deve por meio de palestres para a comunidade e escolas conscientizar a população sobre o respeito e a tolerância empregada entre os semelhantes. Nesse âmbito, a própria Igreja deve quebrar o tabu familiar imposta por ela mesma, em outro tempo.Desse modo, paulatinamente, o fato social terá seu fim, vigorando o equilíbrio aristotélico.