Materiais:
Enviada em: 24/08/2017

Aceitando o diferente    Na série de televisão "Full House", Danny é pai de três meninas e com a morte de sua esposa recebe a ajuda de seu cunhado e seu melhor amigo para criá-las, algo que os tornam uma família diferente da convencional composta por pai, mãe e filhos. Fora do seriado, a mudança na estrutura familiar é uma realidade, uma vez que como qualquer outra instituição social ela pode sofrer variações ao longo do tempo. No entanto, essa mudança não é bem vista por todos e isso se deve ao conservadorismo exagerado e ao preconceito, principalmente com as famílias homossexuais.     Platão dizia ter irmãos, pai, porém não tinha mãe e por isso dizia não ter família. Análogo ao pensamento do filósofo, muitas pessoas só aceitam como estrutura familiar aquela que era determinada pelo código civil brasileiro de 1916, ou seja, a família só é considerada legítima se for originada através do matrimônio entre homem e mulher. Com isso, qualquer modelo que fuja dessa estrutura não é aceito, pensamento que, infelizmente, é transmitido culturalmente através da introjeção social em que a família conjugal, pai, mãe e filhos, seria a única legítima.    Ademais, a questão do preconceito em relação aos novos moldes familiares, sendo a família homoafetiva a mais atingida, é algo frequente na sociedade. Apesar do casamento homossexual ser permitido em alguns países, no Brasil desde 2013, essa união não é considerada válida por algumas pessoas e por isso os homossexuais casados não são vistos como família, sofrendo preconceito. Este, resulta em agressões verbais, físicas e o medo da adoção, pois os filhos também sofrem com o preconceito relacionado a essa nova estrutura familiar, sendo um grande exemplo o adolescente Peterson que foi espancado até a morte, em 2015, por seus colegas de escola pelo fato de pertencer a uma família composta por dois pais.    É notório, portanto, que as novas constituições de família ainda não são aceitas por muitos, sendo o conservadorismo e o preconceito uma das causas. Afim de amenizar o problema o governo pode criar meios de punições mais eficazes para punir casos como o ocorrido com o Peterson e regulamentar os direitos ainda privados a esses novos rearranjos familiares. Já as escolas podem elaborar palestras e fóruns para discutir e mostrar que a instituição família pode sofrer mudanças, porém não é por isso que deixará de ser família. Cabe a mídia criar campanhas para conscientizar a população de que qualquer agrupamento de pessoas em que há respeito, cuidado e amor pode ser considerado família, mesmo não sendo a tradicional. Dessa forma,  a ideia de que a família verdadeira é apenas a nuclear será substituída pelo respeito e aceitação, uma vez que aceitar o diferente é aceitar a dignidade do outro.