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Enviada em: 05/10/2017

Dois pais, duas mães, enteados, filhos adotivos e legítimos. Esses são só alguns dos possíveis arranjos que configuram a família contemporânea. A ideia de somente “papai, mamãe e titia” parecem ter ficado no antepassado. Entretanto, há muito que se discutir para que, de fato, essa nova configuração seja reconhecida e retrate a nova instituição de família.       Apesar das perceptíveis mudanças, o conservadorismo ainda é latente na sociedade civil. Essa visão engessada do modelo familiar colabora com o crescimento da intolerância. Crianças que tem a família fora do “convencional” sofrem com o preconceito. Constantemente, são noticiados casos de agressões a filhos de casais gays. A saber, recentemente assassinaram um menino de 14 anos, filho adotivo de um casal homossexual. Os adolescentes que cometeram o crime são o reflexo de uma sociedade que ainda não aceita o diferente e acredita que preconceito é questão de opinião.         As demais estruturas familiares devem ser consideradas. No clássico, a mulher divorciada não era aceita socialmente. Hoje, há inúmeros casos de mulheres que são chefes de família, solteiras e mães independentes. Apesar de sofrerem menos com o preconceito, elas ainda encaram desafio diários. No âmbito jurídico, muitas conquistas já foram alcançadas, mas, culturalmente, ainda há um longo caminho a percorrer para que o patriarcalismo instituído dê espaço à diversidade da nova representação familiar.         Entende-se, portanto, há muito que avançar nas discussões sobre a representatividade familiar. A persistência é pedagógica. Por isso, o debate precisa se estender aos mais variados ambientes sociais. A escola, enquanto instituição socializadora, é responsável por naturalizar essa nova face, promovendo o respeito e integração. O governo, por sua vez, precisa criar meios eficazes de punição aos casos de intolerância. Só assim esse problema pode ser minimizado no país.