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Enviada em: 21/07/2019

O sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman, faz um alerta de que o mundo está sobre uma bomba-relógio de cunho econômico, ecológica e demográfico, sem precedentes na história. Desse contexto, emerge a necessidade de preservar a ordem vigente, adotando medidas de reparo e auxílio a vítimas de desastres que possam vir a ocorrer. Daí, surge a importância de ações como a ajuda humanitária, uma demonstração de solidariedade e altruísmo, colabora no enfrentamento dos tempos nebulosos adiantados pelo escritor. Nesse sentido, torna-se fundamental adotar uma postura de incentivo a essas ações, tanto pelo seu viés de transformação humana, quanto pela questão ética.        No que concerne ao primeiro ponto, é relevante salientar que as mobilizações humanas levantadas para promover os eventos, ajudam na afirmação social e no resgate social de grupos vulneráveis. Para elucidar essa questão, o antropólogo Michel Maffesoli, o qual afirma, em "O Tempo das Tribos" que "o estar junto é fundamental", isso porque, o envolvimento com o grupo empodera o indivíduo. A partir disso, infere-se que nas ações humanitárias empreendidas, a pessoa auxiliada, muitas vezes em condição de vulnerabilidade devido à situação de caos oriunda de mazelas e desgastes, encontra a possibilidade de renovação, amparo e fortalecimento através da participação do grupo. Isso é visto na ação do grupo da Cruz Vermelha em confrontos armados, promovendo reconforto e dando dignidade.        Já em relação ao segundo ponto, é coerente discutir a perspectiva ética envolvida com as empreitadas humanitárias. Acerca dessa questão, o Idealista Immanuel Kant defende que toda ação ética é aquela que possa ser exteriorizada e universalizada. Posto isso, encontra-se na ajuda humanitária tanto a solidariedade, vital no tratamento da pessoa humana, quanto a reciprocidade, coerente com o discurso ético, o que permite a generalização de sua prática. Pouco surpreende, a propósito, que os auxílios solidários sejam atitudes e mobilizações globais envolvendo secretarias específicas da União das Nações Unidas, como a UNICEF e o Programa Alimentar Mundial. Assim, como visto,além de um debate puramente moralista, ações humanitárias são questões deontológicas.        Defronte ao que foi apresentado, cabe refletir acerca de medidas capazes de fomentar ações que visem a promoção de dignidade e resgate. A respeito disso, é dever dos organismos internacionais como,"Médicos Sem Fronteiras", "Cruz Vermelha", "Anistia internacional" e outros, divulgar e propagar suas ações ao público, buscando despertar o engajamento social seja à participação quanto à doação. Isso pode ser feito por meio da colaboração da mídia, tanto a tradicional em rádio e televisão, quanto a digital, valendo-se dos novos veículos de comunicação, na elaboração de reportagens e publicidade. Tudo com o objetivo de amenizar o sofrimento humano e possibilitar a superação do caos e desastres.