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Enviada em: 13/02/2019

No século XIII, após um longo período de fundamentalismo católico na Europa, surgiu na península itálica o Renascimento Cultural, fator decisivo para a região se despontar como potência regional na época. Não foi apenas coincidência, de forma que a verdadeira transformação social só pode ser alcançada através do fortalecimento cultural, isto é, formas de expressão dos indivíduos e que gera mútua cooperação entre as pessoas, caso objetificado por aqui com a cultura futebolística, na qual diversas classes sociais se unem em torno de um mesmo sentimento. Entretanto, a cultura no Brasil ainda é pouco encorpada, com poucos incentivos na área e forte consumo de produtos da industria de massa importados de outro país, ou seja, ausência de traços que pavimentem uma mudança social.       Primeiramente, a cultura importada ainda é muito forte no país e aliena os cidadãos. O país, sempre subordinando a interesses de nações europeias, e mais recentemente, estadunidense, vê-se como consumidor de seus produtos, em detrimento de criar um ambiente de criação e valorização do que é local. Um exemplo é a cultura de massa, termo da Escola de Frankfurt e que mostra como a dominação cultural impede a sociedade de pensar em sua própria realidade, na qual os brasileiros preferem o estrangeiro em detrimento das produções brasileiras, como filmes, música e teatro, situação que gera baixa auto-estima nos brasileiros, contribuindo para o famoso "complexo de vira-lata".       Apesar disso, não se pode culpar a população nacional por preferir importar cultura. O país tem uma tradição histórica de desprezar a arte, esta vista como elemento de possível subversão, como ocorreu com o tropicalismo nos anos de chumbo da Ditadura Militar. Devido ao caráter segregacionista presente nas elites brasileiras, e por conseguinte, no próprio governo, sempre houve repressão às manifestações artísticas e os incentivos a estas beiram o nulo. Hoje em dia, há tentativas de resistência a esta situação, como o nascimento do Afro-reggae nas favelas cariocas, que mostra a existência de uma identidade própria dos morros e genuinamente brasileira.        Por isto, caso o Brasil ensaie uma transição às nações prósperas e patriotas, é fundamental o investimento na identidade cultural, em especial o aperfeiçoamento da Lei Rouanet, incentivo do governo aos empresários em fomentar o meio. A lei ainda carece de maior fiscalização e recursos para fomento de arte, e deve-se incluir, além de verbas para as produções em si, a construção de espaços públicos, como teatros públicos e cinemas gratuitos, em conjunto com uma ampla divulgação, de forma a incentivar o hábito de consumo cultural local que ainda não existe no brasileiro, fundamental para que o país valorize-a e necessite menos de recursos públicos. A principal consequência disto será uma sociedade mais crítica, meio de superação social que pode despontar de um renascimento cultural. brasileiro.