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Enviada em: 21/04/2018

Conforme Oscar Wilde, a insatisfação é o primeiro movimento para o progresso do homem e da nação. Nesse sentido, a conjuntura econômica baseada na acumulação de capital nas mãos de uma minoria apresenta riscos ao bem-estar social, uma vez que intensifica a desigualdade social. Dessa forma, surge como alternativa organizacional o sistema de cooperativa, no qual todos atores sociais têm participação tanto no ônus quanto no bônus dos negócios. Com efeito, espera-se minorar os efeitos deletérios da discrepância social entre os povos.         Com o advento das revoluções industriais, o homem atingiu como nunca níveis de excelência na tecnologia da produção e informação. Por outro lado, na maioria dos países periféricos, nota-se um descolamento da realidade entre as riquezas produzidas e a renda média do trabalhador. Sob tal ótica, verifica-se que o modelo capitalista se concentra basicamente na competição entre indivíduos, seja por cargos, posições, mercados ou poder. Com isso, perde-se o senso de comunidade e bem-estar social outrora defendido pelos filósofos iluministas, fundadores da sociedade moderna.        Nesse cenário de desagregação social, surge o cooperativismo como alternativa econômica consoante aos preceitos de equidade entre os cidadãos. Nota-se que quando há colaboração entre os homens, há progresso. De maneira análoga, vemos o êxito de grupos sociais até então marginalizados, como os catadores de material reciclável, que ao organizarem-se de maneira colaborativa, conseguem melhores preços e justa distribuição de renda entre os cooperativados. Por conseguinte, obtém-se um efeito positivo no âmbito psicossocial que seria quase inexequível em um ambiente competitivo como o do capitalismo tradicional.         Torna-se evidente, portanto, a necessidade de fomentar a atuação de cooperativas. Para tanto, cabe ao Estado, através do Ministério do Desenvolvimento Social, em parceria com as prefeituras e assistentes sociais, a identificação de grupos sociais que possam desenvolver atividades econômicas colaborativas, bem como promover a formalização das cooperativas por meio de incentivos fiscais. Populações vulneráveis, como beneficiários do Bolsa Família, devem ser o público prioritário dessas ações. Assim, será possível promover o desenvolvimento econômico e social de maneira solidária e humanizada, de modo a transformar a insatisfação com os rumos da economia tradicional em mudanças duradouras no tecido social.