Materiais:
Enviada em: 08/10/2017

Dado o seu alcance e influência, as redes sociais têm propiciado maior interação entre as pessoas. Um dos reflexos dessas características é o "rolezinho" - encontro de centenas de jovens em um espaço público. No entanto, os fatores causadores e decorrentes desse fenômeno devem ser discutidos, seja pela falta de opções de lazer nas favelas, seja pela discriminação ainda existente.      Em primeira análise, cabe pontuar que os rolezinhos têm origem na exclusão social das classes mais pobres do Brasil. Conforme previsto na Constituição Federal de 1988, é obrigação do Estado garantir o acesso à cultura e lazer por todos. Embora os significativos avanços na democratização desses direitos, como os descontos em eventos para estudantes de baixa renda, a população das favelas deve deslocar-se até bairros afastados para deles usufruir. Nisso, dada a péssima condição financeira, a maioria dessas pessoas são privadas de atividades de lazer. Por conseguinte, a parcela jovem dessa população encontra nos rolezinhos uma forma de utilizar um espaço de diversão, antes restrito à elite, com os demais da sua classe.        Ademais, convém frisar que o processo supracitado foi importante para demonstrar uma das facetas mais perversas da sociedade brasileira: o preconceito. Devido a magnitude desses encontros, muitos criminosos utilizam a situação para praticar delitos e não serem identificados. Todavia, muitas pessoas utilizam esses incidentes para discriminar toda a população das comunidades. Tal ação se manifesta, preeminentemente, nas redes sociais, com incitações de ódio, ou repressão violenta aos integrantes do movimento, como ocorreu em Ribeirão Preto-SP, onde dezenas de adolescentes foram agredidos por seguranças de um shopping ao tentarem entrar no local, de acordo com dados de junho de 2016 do Portal de Notícias G1.      Em virtude dos fatos mencionados, vê-se que os rolezinhos representam grandes mazelas da sociedade brasileira, logo, é mister ações para que sejam amenizadas. Para isso, deve o Ministério da Cultura, aliado à pasta do Desenvolvimento Social, incentivar o mercado de lazer nas favelas, com a redução de impostos aos empresários que planejam a instalação de cinemas, teatros, shoppings centers e demais espaços de cultura e lazer nas comunidades. Outrossim, cabe ao Estado, na figura do Poder Legislativo, instituir penas mais rigorosas àquele que utilizar de agressões físicas e psicológicas contra outrem, por motivos de distinção social. Destarte, poder-se-á afirmar que o Brasil oferecerá os recursos necessários à mitigação dessa problemática.