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Enviada em: 05/09/2018

O grau de valorização do professor tem sido, historicamente, metamorfoseado de maneira inversamente proporcional ao passar dos séculos. Essa incoerência frente a uma das mais importantes profissões para a formação cidadã é protagonizada por diversos setores governamentais, em se tratando do escasso subsídio ao profissional, e por variados âmbitos populacionais, visto que pouco são respeitados os docentes na contemporaneidade. Logo, vê-se a necessidade da tomada de drásticas medidas para que sejam recuperados os ideais e pensamentos antepassados quanto a esse ofício.       Nesse contexto, destaca-se a ideologia presente na Grécia Antiga, em que pessoas cuja ocupação baseava-se em ensinar os mais jovens – tais quais os filósofos e sofistas – recebiam grande prestígio e retorno financeiro. Em contraposição, esses cargos, na atualidade, têm sua importância negligenciada pelo Estado que, na maioria das vezes, recusa-se a atender os requerimentos das inúmeras manifestações dos professores, mantendo um salário ínfimo e um ambiente de trabalho sucateado. Isso tem como consequência o baixo desenvolvimento da pátria, notada a fundamentalidade desses profissionais; o que é comprovado pelo fato de que o país com maior IDH registrado, a Noruega, institui a educação como o pilar prioritário de investimentos, consoante o jornal “Estadão”. Dessa forma, torna-se evidente a direta relação entre a primazia pela escolaridade e a constituição de uma nação íntegra.      O Estado, entretanto, não se caracteriza como o único agente desafiador da plena valorização do docente; há, também, obstáculos impostos pelo julgamento e pela falta de colaboração popular. A respeito dessa temática, o palestrante Mario Sérgio Cortella define, em suas oratórias, uma tênue divisão entre a função da escola e da família no que concerne ao processo de ensino. Essa diferença funcional é desconsiderada pela sociedade brasileira, que atribui unicamente ao professor a tarefa de habilitar conteudisticamente e educar moral e eticamente os infantes e adolescentes. Assim, essa sobrecarga, vinculada à ausência de apoio familiar quanto ao cumprimento de seu posto, gera no profissional um sentimento de revolta e descrença no tocante ao cargo, motivo pelo qual essa profissão comporta altos índices de patologias psíquicas, tais quais a depressão e ansiedade.       A fim de proporcionar aos professores o devido reconhecimento, é essencial, portanto, que o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação, modifique suas prioridades tributárias, por meio da designação de uma maior parcela ao meio educacional -reformando escolas e aumentando os salários voltados ao discutido-, de modo a detectar as reais necessidades desse cargo. Essa ação apenas se torna eficaz com a prática dos deveres educandários sociais para que, conforme Cortella, a família e a escola ajam conjuntamente em prol do Brasil.