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Enviada em: 30/10/2018

Paulo Freire, famoso pedagogo brasileiro, conceitua a função de professor como um guia do aluno, sendo seu papel conduzir à autonomia de pensamentos e incentivar o desenvolvimento do senso crítico no estudante, características primordiais para a formação ética do indivíduo. No entanto, tal profissão é insuficientemente valorizada na sociedade, tanto pelos alunos, quanto pelas instituições de ensino e pelo Estado. Dessa forma, convém discutir aceca dos aspectos relativos à desvalorização do docente e das implicações decorrentes disso, tendo em vista a importância que esse ofício apresenta na consolidação de sujeitos conscientes.    Primeiramente, ao analisar o papel histórico ocupado pelo professor no meio acadêmico, torna-se perceptível a dissolução em curso da hierarquia vigente entre educador e aluno. Tal fenômeno que, a princípio, apresenta-se como algo positivo ao aproximar as duas figuras (educador e educando) e proporcionando menos impessoalidade a essa relação, também contribui para alimentar a visão do estudante de que o mesmo pode desobedecer às ordens estabelecidas, havendo a perda da autoridade em sala de aula conforme esse comportamento é naturalizado. Nesse sentido, esse desrespeito dá margem a inferiorização do profissional, além de afetar negativamente o desempenho de suas funções e do fluxo das aulas.     Além disso, essa desvalorização provém também das autoridades estatais, que têm sob sua tutela a responsabilidade de viabilizar a atuação do educador. Essa questão é notória nas inúmeras greves e no insuficiente contingente de professores nas instituições pública, situações provocadas pelos salários baixos e condições insalubres no local de trabalho - precariedade da estrutura das construções dos ambientes de ensino, falta de materiais didáticos, por exemplo-. Logo, enquanto não houver maior atenção a essa classe pelos governantes, esse quadro se perpetuará.    É, portanto, fundamental promover ações que viabilizem a plena atividade do educador e a sua valorização entre os cidadãos. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação criar um programa nacional de orientação de normas nas salas de aula que possibilite a interação de estudantes e professores de forma harmônica sem que haja o desrespeito à hierarquia, por meio de palestras destinadas a ambas os segmentos para instruí-los sobre como agir corretamente e como punir alunos que não cumprem as regras. Ademais, estados e municípios devem se atentar as necessidades da classe de educadores, a partir da reunião regular com os sindicatos, objetivando atender às demandas essenciais à atuação da profissão e, consequentemente, diminuir as greves e a falta de professores.