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Enviada em: 06/04/2019

O filósofo moderno Immanuel Kant afirma que o segredo de aperfeiçoamento da humanidade encontra-se no problema da educação. A sociedade contemporânea parece não se atentar a esse ensinamento, haja vista a desvalorização histórica do professor, o principal agente desse segredo. Dessa forma, é imperativo analisar os desestímulos políticos e sociais dessa profissão e seus efeitos para a população.  É fundamental destacar, a princípio, o baixo valor do professor na sociedade. Nesse contexto, o sociólogo Karl Marx pontua que o capitalismo prioriza o lucro em detrimento de valores. Logo, no modelo econômico atual, é evidente que o mercado bonifica muito mais atuantes superficiais - que geram mais lucro - como cantores e jogadores de futebol, do que os professores, os quais geram valores não contábeis, como o conhecimento e noções de cidadania.  Do mesmo modo, convém ressaltar o pequeno prestígio social dos educadores. Aliás, o sociólogo Émile Durkheim define a "solidariedade orgânica" como o modelo contemporâneo de reconhecimento dos indivíduos, o qual é baseado na função social que eles exercem. Sob esse aspecto, fica claro que a supervalorização de outras profissões em relação à do professor enfraquece essa função indispensável a todas as esferas da sociedade, uma vez que a importância dessa profissão não é convertida em valores proporcionais. Assim, com esse desestímulo econômico e social, a humanidade desperdiça a chance de aperfeiçoar-se, desvalorizando o valioso ensinamento de Kant.  Torna-se indubitável, portanto, que os Governos Federais e os órgãos da educação dos países - como o MEC no Brasil - devem promover a valorização do professor e, com efeito, da educação. Para isso, além do aumento salarial, deverão ser exigidas avaliações de conhecimento e didática de todos aqueles que intitulem-se professores, no fito de nivelar a qualidade do ensino. Somente assim, essa profissão terá o reconhecimento merecido e a sociedade aprimorar-se-á, como previsto na Idade Moderna.