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Enviada em: 09/08/2019

Carlos Drummond de Andrade, no poema "Aula de Português", demonstra seu apreço ao seu professor fictício, Carlos Góis, de modo a valorizá-lo como profissional. Esse reconhecimento se mostra como algo relevante, pois apresenta a importância do educador na propagação do conhecimento na escola. Fora da Literatura, essa minoria recebe baixa remuneração e vem sendo negligenciada pelo poder público ao longo dos anos, gerando efeitos negativos em seu trabalho. Assim, ações conjuntas entre instituições de ensino e governo são imprescindíveis para sanar essa problemática.         A princípio, assemelhando o contexto atual do Brasil em relação a participação dos mestres na Grécia Antiga, vê-se avanços. Isso ocorre porque não somente os homens gregos vangloriavam sua atuação na política, mas também as mulheres eram submetidas ao trabalho doméstico e, hoje, ambos tem acesso ao ensino superior de modo imparcial, como também conquistam a sua inserção nas salas de aulas como educador. Dessa maneira, como objetivado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, a educação está sendo garantida à todos os cidadãos de modo a minimizar desigualdades.       Ademais, vale destacar os desafios enfrentados pelos professores na luta a favor da sua valorização. Nesse sentido, muitas vezes o que se afirma no poema de Drummond e na DUDH não ocorre devido a pouca relevância posta a este profissional através do baixo valor salarial recebido. Dessa forma, tal fato influencia na escolha dos jovens quanto a sua graduação focada no ato de ensinar e, ao mesmo tempo, pessoas já em seu cargo de professor se sentem humilhadas e prejudicadas, tendo como consequências transtornos e grave aumento de renuncia ao cargo. Circunstâncias como essa justificam porque nos últimos dez anos cerca de 60% desse grupo começou a trabalhar em mais de uma escola em municípios diferentes, segundo a plataforma virtual O Globo.         Depreende-se, portanto, que o abandono histórico dos professores pelas autoridades afeta negativamente vários setores sociais. O Ministério da Educação, em parceria com as instituições de ensino - escolas e universidades - deve investir em debates sobre a indispensável participação dos educadores na educação, através de palestras, gincanas e oficinas, visando construir ambientes onde a educação se inicia com o respeito e a valorização dos docentes. Somado a isso, é necessário que o Ministério da Justiça, visando o cumprimento da DUDH, transfira para esses locais parte do dinheiro recuperado nos processos de lavagem de dinheiro, tendo como consequência o não sentimento de prejuízo e humilhação que impera entre os educadores. Enfim, como dito por Sir Arthur Lewis: "Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido".