Materiais:
Enviada em: 12/05/2017

A educação sempre esteve diretamente relacionada com o progresso social e com a formação do indivíduo como cidadão. Nesse sentido, a valorização da classe docente é imprescindível para a manutenção dessa função social. No entanto, verifica-se, desde o período da Ditadura Militar, o intenso descaso governamental e, também, popular, para com o professor. Historicamente, a Revolução de 30, no século XX, é um marco importante para a educação e para os professores, visto que, nesse período, houve a criação do Ministério da Educação, a Reforma do Ensino Secundário e a padronização do sistema universitário público federal. Nesse contexto, o professor detinha de alto prestígio social devido à sua contribuição para o desenvolvimento do país. De maneira análoga, e não diferente à época, é indubitável a importância do professor para a criação de uma cultura de cidadania no país, uma vez que esse estimula e incentiva o aluno a descobrir suas potencialidades, desperta o censo crítico à medida que discussões saudáveis são realizadas e orienta-o sobre valores morais e éticos para conviver em sociedade. Por outro lado, com os projetos de privatização da educação na Ditadura Militar, a educação se tornou secundária na gestão governamental. Comparativamente, observa-se, no presente contexto, a desvalorização dessa classe profissional. Com jornadas de trabalho exaustivas, baixa remuneração, atraso nos salário e, no caso de escolas públicas, infraestrutura precária, o professor lida, diariamente, com o desrespeito e a falta de interesse por parte dos alunos. Nessas condições, os professores perdem seu protagonismo como agentes socioculturais em vista do desgaste físico e emocional, ocasionando a desvalorização da carreira de docente. Isso se verifica tanto no afastamento, em 2016, de mais de trinta mil professores na rede pública de São Paulo por transtornos mentais, como na baixa demanda pelos cursos de licenciatura no país. Diante do exposto, faz-se necessária a adoção de medidas para a mitigação do problema. É importante assinalar que, apenas o aumento dos salários não é solução para o problema. Cabe ao Governo Federal, além de estabelecer um piso salarial condizente e justo com a jornada de trabalho, o investimento na infraestrutura das escolas. Isso pode ser feito aumentando a porcentagem dos ‘’royalities’’ do petróleo destinada à educação e, também, com intensa fiscalização da gestão do dinheiro nas escolas mediante auditorias fiscais regulares pelos Tribunais de Contas Estaduais. Além disso, o Ministério da Educação em concomitância com a esfera midiática podem, ainda, realizar campanhas publicitárias a fim de resgatar o prestígio social da classe docente. Por fim, é necessária a mudança de mentalidade social. Cabe à família a instrução e educação prévia dos filhos no que concerne ao respeito ao próximo, a fim de que os professores sejam devidamente respeitados em sala de aula. Dessa maneira, o combate à desvalorização pode, em longo prazo, motivar o exercício de uma profissão tão nobre e essencial para o desenvolvimento do Brasil.