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Enviada em: 21/05/2019

Na era medieval, a educação - como instrumento para formar indivíduos - era dominada e exercida por dogmas religiosos da igreja católica, tal qual tinha grande influência na época, juntamente com os valores morais e códigos de conduta repassados dentro dos ciclos familiares. Hoje, para que o ensino educacional seja moldado pelas vontades dos responsáveis, diversos pais optam pela educação dentro de casa, denotando a sua vontade em supervisionar e controlar o que é ensinado aos seus filhos, melhorando seu ensino. Entretanto, tal prática ocasiona na piora do quadro social educacional da criança, uma vez que o aprendizado dela se limita aos conhecimentos e vontades de seus responsáveis, não havendo uma abrangência de conhecimentos compartilhados.    Diversas são as causas para que o homeschooling - como a educação domiciliar é conhecida em inglês - seja defendido. Segundo a Associação Nacional da Educação Domiciliar (ANED), os estudos em casa resguarda a criança de pressões sociais e de retardo na aprendizagem, uma vez que o ensino de uma turma é trabalhado com um ritmo padrão, o qual não leva em conta as dificuldades e facilidades dos jovens. Logo, a pressão que o aluno recebe em escolas se faz válida, o que acarreta no desinteresse por acompanhar aulas e buscar informações que facilitem seu aprendizado. Outrossim, com a educação em casa, pais alegam que há um maior interesse pelo aprendizado e uma melhora nos resultados educacionais de seus filhos, contribuindo com seu dever de oferecer educação de qualidade.    Contudo, as consequências de tal prática são de longo prazo e socialmente preocupantes. Tendo seu ensino montado e/ou supervisionado pelos pais, o aluno de casa se depara com uma direção de educação que já foi traçada pelos responsáveis e terá pensamentos e opiniões herdadas desses. Como foi visto na Era Medieval, o ciclo familiar será responsável por moldar comportamentos e restringir certos assuntos, gerando a piora na diversificação de assuntos e opiniões. A somar-se com isso, muitas vezes os conteúdos ministrados em casa são vão de encontro com o que é obrigatório ser ensinado no ensino fundamental e médio, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Denotando a ineficiência dos pais em demandar tempo para cumprir com todas as diretrizes, além selecionar, de forma intencional, o que será passado aos filhos.    Portanto, para que o ensino dos alunos domiciliares seja de acordo com o que é cobrado pela educação brasileira, é preciso que esses alunos sejam avaliados periodicamente pelo Ministério da Educação. Essas avaliações seriam acerca dos aprendizados de casa e se esses estariam dentro das DCNs, as provas ocorreriam semestralmente e em escolas regionais, os resultados seriam repassados ao Ministério e ocorreria a intervenção da educação domiciliar quando necessária.