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Enviada em: 22/05/2019

Em meados do século XVI, é fundada, pelos jesuítas, a primeira escola em solo brasileiro, na qual se ensinava a ler, escrever e também matérias como matemática e doutrina católica. Desde então, muitas outras escolas surgiram e alfabetizaram diversos alunos. Todavia, nos últimos anos, tem crescido o número de famílias que preferem educar seus filhos em casa. Tal fato constitui-se como um problema, pois o ensino domiciliar pode trazer implicações de cunho intelectual e social aos jovens, com consequências negativas para a formação crítica e comportamental deles. Logo, medidas são necessárias para resgatar o valor dessa instituição no Brasil.       A princípio, é preciso ressaltar que um dos motivos alegados para o ensino em casa diz respeito à suposta doutrinação política feita pelos professores. Quanto a isso, afirma-se ser dever do educador promover debates, incitar reflexões e mediar posicionamentos contrários com vistas a quebrar paradigmas e, assim, oferecer uma formação completa aos alunos. Sob essa perspectiva, cabe citar o método dialético do filósofo Hegel, o qual consiste em pegar ideias opostas (tese e antítese) para, a partir delas, chegar a uma síntese completa e autônoma. Nesse contexto, a educação feita na escola possibilita o contato com novas perspectivas e apura o senso crítico dos discentes, o que é mais difícil em um ambiente caseiro, sem pessoas desconhecidas e sob influência apenas dos pais.       Outro ponto a ser levantado refere-se à fundamental importância da escola para a socialização dos mais novos. Dentro dessa conjuntura, o sociólogo A. Giddens caracteriza a instituição escolar como pertencente à segunda fase do processo de socialização das crianças. Desse modo, após a primeira fase, dever da família, é nas salas de aula que os indivíduos aprenderão a conviver com os outros, fazer amizades, partilhar objetos e respeitar o próximo, comportamentos indispensáveis para a vida em comunidade. Depreende-se, então, a grande importância da escola para formar não apenas pessoas alfabetizadas, mas cidadãos.       Fica claro, portanto, que o ensino domiciliar pode trazer prejuízos aos jovens. Por conseguinte, para assegurar o valor das escolas, elas devem aproximar os pais do processo educativo. Isso pode ser feito enviando a eles o programa de matérias e atividades curriculares desempenhadas ao longo do ano e promovendo reuniões no início do cronograma letivo entre professores e tutores, nas quais serão expostas sugestões, de modo a complementar os métodos de ensino e acabar com possíveis teorias de doutrinação. Ademais, cabe ao Ministério da Educação criar campanhas exaltando o ambiente escolar, por meio de propagandas televisivas e cartazes contendo os benefícios cognitivos e comportamentais que essa instituição proporciona, a fim de torná-la referência para a educação de todos.