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Enviada em: 31/05/2019

A tentativa de regulamentar o ensino domiciliar está cada vez mais em pauta no atual momento político vivido no Brasil. Defensores do projeto afirmam que cabe aos pais decidirem se serão eles ou a escola os responsáveis pela educação de seus filhos e que o estado não deve interferir nessa decisão. Já os educadores temem que o ensino em casa não prepare totalmente o aluno para o mundo e o prejudique nos exames para o ingresso no ensino superior. Em meio à polarização cada vez mais forte no país é mais que necessário o entendimento se o ensino domiciliar é uma tentativa de melhorar a educação ou se é uma resposta a suposta doutrinação tão propagandeada pelo atual governo.        A desvalorização do conhecimento científico é, indiretamente, uma bandeira levantada na atual conjuntura política brasileira. A divulgação constante de Fake News e de falácias relacionadas aos mais diversos temas no âmbito político, científico, histórico, geográfico, social e cultural vem causando grandes problemas para a educação que se vê encurralada por pensamentos errôneos e que são fruto de um senso comum cada vez mais forte. Em virtude disso, a função dos educadores em desmentir sensos comuns e estimular o pensamento crítico entre seus alunos tem sido vista como algo errado e nociva a juventude, algo totalmente evidenciado, quase todos os dias e nos mais diversos meios de comunicação, dentro da sociedade brasileira, principalmente quando grupos políticos tratam professores como inimigos e doutrinadores.       É evidente, portanto, que o ensino domiciliar surgi no Brasil como uma resposta a essa conjuntura. O pressuposto que somente os pais podem dar uma educação sem “amarras ideológicas” é uma resposta a uma ideia errônea e generalista de que os professores não estão fazendo seu papel corretamente de ensinar e estão mais preocupados em fazer seus alunos a pensarem de um jeito específico do que de outro. O desconhecimento do ambiente escolar, da situação dos educadores no Brasil e da infraestrutura das escolas públicas é sem dúvida um grande agravante para o problema e estimula o pensamento de que o problema da educação são os professores e não do governo.     Destarte, melhorar a educação no Brasil ocorrera não com o ensino domiciliar, mas com a valorização de seus profissionais da área, pois são eles que dedicam a maior parte de sua vida para transmitir o conhecimento de forma didática e compreensível, por isso, cabe ao governo incentivar e evidenciar para a população, através de propagandas, a importância do professor para toda a sociedade e não o contrário, além de melhorar as condições sociais de seu trabalho dando melhores salários, por exemplo. Além disso, é necessário que haja investimento público nas escolas, melhorar sua infraestrutura estimularia o conhecimento e o estudo o que acabaria com o problema pela raiz.