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Enviada em: 10/06/2019

Em sua obra “O menino do pijama listrado”, John Boyne exprime a realidade de um garoto na época da Segunda Guerra Mundial. Na obra, a personagem - que é educada em sua casa por causa da guerra – encontra problemas de relacionamento social e de engajamento perante seu contexto histórico. Analogamente, fora da ficção, é fato que a educação domiciliar ceifa dos discente o papel fundamental de socialização do âmbito escolar, e acarreta dificuldades para a criação de senso crítico nos jovens e crianças aprendizes.     A principio, a escola é o primeiro ambiente realmente socializador, onde os indivíduos têm seu primeiro impacto com ideologias diferentes das suas. Acerca disso, é pertinente rememorar o estudo das “Hierarquias de necessidades", de Abraham Maslow, que afirma veementemente que a socialização é o passo fundamental para que o ser humano alcance sua auto-realização em plenitude. Desse modo, é inconcebível acreditar que um ambiente mitigado de contato social com outras ideologias é benéfico aos indivíduos em sua primeira fase educacional.    Além disso, tal problemática de educação domiciliar proporciona, de maneira catastrófica, o aprisionamento do indivíduo em uma bolha de posicionamentos, já que que é indiscutível que essa realidade torná-lo-ia em um indivíduo alienado. Partindo desse princípio, é válido reconhecer o discurso de Protágoras, que reverbera sobre a importância de se conhecer o contexto histórico em que se vive para poder ser um participante mais engajado da sociedade que frequenta. Portanto, é inaceitável que apenas uma visão crítica da realidade – no caso, a familiar – tornaria os jovens verdadeiramente cidadãos.     Destarte, medidas urgem serem tomadas para mitigar essa problemática. Para tanto, é mister que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) divulgue nas mídias sociais – por meio de vídeo-palestras com pedagogos e psicólogos – a importância da escola como ambiente não apenas formador de profissionais, mas também de cidadão. Para que, dessa maneira, as crianças possam concatenar o cientificismo à práticas que visem questionar o meio em que vivem, construindo uma sociedade civil mais altruísta e engajada.