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Enviada em: 16/06/2019

As instituições de ensino, nos moldes atuais, foram criadas durante o Renascimento para garantir a propagação e perpetuação dos conhecimentos, bem como auxiliar na convivência social. Atualmente, no Brasil, vivencia-se uma crise financeira e política que compromete a existência dessas instituições. Com isso, foi proposto pelo Governo a implantação do ensino domiciliar. Entretanto, a realização do ensino nos domicílios pode acarretar problemas como a diminuição da socialização do estudante e a dificuldade do Estado em fiscalizar a qualidade do ensino.     Em primeiro lugar, é importante destacar que a escola é um local onde os discentes podem encontrar outras pessoas e aprender a respeitar a alteridade. Sendo assim, o ensino domiciliar irá diminuir as interações sociais desse indivíduo, fazendo com que passe uma maior parte do tempo no seu lar. Isso acarreta numa educação mais centrada neste indivíduo. Segundo o educador Paulo Freire, não basta apenas aprender a ler, deve-se entender o contexto social envolvido no texto. Nessa perspectiva, o isolamento social causado por uma educação isolada ao lar pode forma indivíduos egoístas e pouco críticos no contexto social.      Em segundo lugar, o Estado como instituição garantidora da educação social, torna-se responsável por fiscalizar a educação implantada nos lares. Entretanto, é sabido que esta instituição não consegue garantir, sequer, a fiscalização das escolas, e dificilmente supervisionará de forma individual cada lar.  Assim, o ensino do aluno, sem critérios estabelecidos, pode ficar comprometido e embutido de tabus perpetuados por seus pais. Dessa forma, o aprendiz será refém de um ensino conservador e acrítico, comprometendo, futuramente, o exercício da cidadania.      Fica evidente, portanto, que a implantação do ensino domiciliar no Brasil acarretará problemas estruturais na sociedade. Por isso, o Poder Legislativo deve avaliar criteriosamente os benefícios e malefícios para a implantação dessa medida, para isso é necessário que realize uma consulta pública para saber a opinião da população e de especialistas a respeito desse tema, por meio dos canais de comunicação aberto mais utilizados pela população como, por exemplo, Facebook, Instagram e Twitter- mídias sociais que permitem a interação de pessoas de diversas classes sociais - com o objetivo de propor estudos e comparações entre países que já tem essa medida implantada para, assim, proteger os estudantes brasileiros, futuro dessa nação, e garantir a sua socialização e cidadania.