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Enviada em: 16/07/2019

A Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned) estima que, atualmente, 7,5 mil famílias optem por educar os filhos em casa, o que atingiria cerca de 15 mil crianças no país. Desse modo, segundo os pais, entre as razões para tirar os filhos da escola, estão a falta de qualidade no ensino público, preocupações morais e religiosas e bullying. No entanto, a prática é considerada ilegal pelo Supremo Tribunal Federal (Stf).    Por isso, quando uma família opta pela educação domiciliar, ela geralmente, procura um maior controle sob o aprendizado do filho, apesar disso, não significa que os pais, necessariamente, exercerão essa função. Logo, algumas famílias preferem contratar um instrutor para que a criança ou jovem tenha aulas em domicílio. Além disso, o fato da educação domiciliar não ser regulamentada impossibilita qualquer emissão de certificados de conclusão, seja para o Ensino Fundamental, seja para o Ensino Médio, o que se traduz em grande obstáculo para a sequência dos estudos e até mesmo para o ingresso no mercado de trabalho. Há uma opção, que é a realização do exame Encceja (Exame Nacional de Certificação de Competência de Jovens e Adultos), para a obtenção dessas certificações, mas, para fazê-lo, é preciso preencher alguns requisitos.     Dessarte, toda essa situação exige dos pais uma análise bem criteriosa antes de tomar a iniciativa de lecionar para os filhos em casa. Até pode haver famílias que consigam dar aparato similar ao de uma escola, mas essa não é a realidade do nosso país. Assim sendo, vale ainda mencionar que outros fatores também são levados em consideração referentes à falta de regulamentação da educação domiciliar. Hoje, quando falamos de crianças fora da escola, estamos falando de desobediência de direitos garantidos em lei, o que requer muita atenção dos pais ao pensar nesse formato e processo de aprendizagem. regulamentar a educação domiciliar representa um risco, pais preocupados em afastar a criança da vida escolar e de toda a socialização que a instituição oferece em busca de economia financeira e, ainda mais grave, sem disponibilidade, foco, comprometimento e formação acadêmica ideal para substituir a figura do professor.    Em suma,  de acordo com o sociólogo Emille Durkeim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico, por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, portanto, o Estado deve destinar mais recursos para garantir o funcionamento eficiente da escola, investindo na infraestrutura e capacitação de professores, a fim de diminuir a busca por outros formas de ensino. As mídias, por sua vez, devem divulgar campanhas, debates, palestras que busquem instaurar a reflexão a cerca do ensino domiciliar e seus efeitos.