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Enviada em: 01/08/2019

Com a ascensão da escrita na Grécia Antiga a educação tornou-se mais popular necessitando agora de um espaço para o ensino, surgiram assim as escolas caracterizadas como ambiente de integração social e de instrução realizada por mestres especialistas. Entretanto, surge a proposta do ensino domiciliar no Brasil visando que esse seja realizado pelos pais e em casa. Contudo essa proposta traz a tona a minimização da socialização das crianças, bem como, a elitização da educação já que em locais periféricos o nível de instrução é baixíssimo e não há condições para pagar um tutor.       Em primeira análise, temos a escola como um nicho de desenvolvimento social do indivíduo, já que, segundo Raul Pompeia em "O Atheneu" a escola caracteriza um microcosmo da sociedade refletindo partes da mesma. Nesse aspecto, trazer a educação para o ambiente doméstico afasta os estudantes dessa possibilidade de contato com o social e as diversidades presentes nele, formando por consequência uma sociedade individualista que segue princípios egocêntricos.       Em segunda análise, consideramos a sociedade como um corpo que possui partes interdependentes como propôs pelo sociólogo francês, Émile Durkheim; se uma das partes desse corpo não funciona o conjunto também não funcionará, assim se aplica ao corpo social se uma parte sofre ou passa por processo de exclusão toda a sociedade será afetada. Tomando por base esse diagnóstico, o ensino domiciliar traria as minorias ainda mais restrições, pois esses possuem baixos níveis de escolaridade e nenhuma condição de bancar tutores para ensinar suas crianças. Nesse sentido, observaríamos ainda mais as discrepâncias sociais e a elitização do ensino.       Nesse contexto, podemos perceber a escola como um ambiente fundamental na formação e inclusão social do indivíduo. A fim de reverter as problemáticas trazidas pelo ensino doméstico, o Ministério da Educação deve criar projetos de socialização que tragam às crianças a integração entre  si por meio de competições esportivas e educacionais com etapas municipais, estaduais e nacionais com a finalidade de aumentar a interação social dos estudantes. Outrossim, é necessário que o governo, juntamente com as instituições de ensino capacitem tutores por meio de cursos e palestras com materiais específicos sobre o ensino domiciliar e ofereçam esse serviço de tutoria de forma gratuita  para aqueles que possuam baixa renda e baixo nível de instrução escolar, fazendo com que mesmo as minorias tenham acesso à educação. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora das condições desse tipo de ensino, evitando ou minimizando os problemas pontuados.