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Enviada em: 19/08/2019

O livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, narra uma realidade distópica, em que a sociedade vive alienada devido a falta de informações e acomodação ao que lhe é imposto, gerando como consequência a ação baseada no senso comum. Semelhante a esse romance do século XIX, faz-se a realidade contemporânea brasileira, em que muitas pessoas têm agido sob influência externa e se acomodado a isso, sem procurar novas alternativas, como é o caso da educação domiciliar, que pode trazer malefícios irreparáveis a sociedade, mas que não tem recebido a devida atenção.   Cabe salientar que a educação domiciliar pode ser um entrave à erradicação de alguns males da sociedade contemporânea, como o abuso sexual de crianças e adolescentes por pessoas próximas às suas famílias ou por familiares. Tal medida aumentaria o domínio do agressor e diminuiria as chances de a vítima denunciar ou identificar o abuso, visto que teria uma menor interação social e acesso limitado a certas informações. Paralelo à problemática convém ressaltar que Aluísio Azevedo, no livro O cortiço, corrobora esse pensamento, uma vez que para ele o espaço define o comportamento do personagem.  Além disso, tal prática desvaloriza o papel do professor na formação dos futuros cidadãos, pois a família passa a ser o único órgão responsável pela educação dos jovens, por essa ser vista como uma tarefa fácil de ser realizada. Consoante a esse tema, faz-se necessária a analogia a obra O Abapuru, da artista modernista Tarsila do Amaral, em que, para a autora, a cabeça pequena simbolizava a falta de criticidade do ser humano. Sendo assim, baseadas em pensamentos errôneos acerca do tema, muitas pessoas se tornam parte dessa obra.   Posto isso, a educação domiciliar é um problema de cunho social que deve ser solucionado. Portanto, faz-se necessária a realização de palestras e debates, por profissionais da área da educação e de ciências sociais, em ações sociais financiadas pelo Governo, de modo a informar os prós e contras acerca dessa temática. Talvez assim, as pessoas sairão de suas zonas de conforto e buscarão mais conhecimento acerca desse assunto, traçando um novo caminho para a história da humanidade, diferente do narrado por Ray Bradbury