Enviada em: 20/08/2019

O livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, narra uma realidade distópica, em que a sociedade vive alienada devido a falta de informações e se acomoda ao que lhe é imposto, gerando como consequência a ação baseada no senso comum. Semelhante a esse romance do século XIX, faz-se a realidade contemporânea brasileira, em que muitas pessoas têm agido sob influência externa e se acomodado a isso, sem procurar novas alternativas, como é o caso da educação domiciliar, que pode trazer malefícios irreparáveis à sociedade, mas que não tem recebido a devida atenção.    Cabe salientar que a educação domiciliar pode ser um entrave a sociedade, visto que beneficiará apenas uma parte dos envolvidos, pois nem todos os responsáveis terão condições financeiras de cobrir os custos do ensino e optarão por ensinar seus filhos, sem ter uma formação profissional nessa área. Tal medida pode atrapalhar o desenvolvimento pessoal dos jovens, visto que eles não serão amparados por uma equipe pedagógica. Paralelo à problemática supracitada, convém ressaltar o pensamento do filósofo Immanuel Kant “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”.    Além disso, o convívio com pessoas com opiniões divergentes ajuda o estudante a aprender a lidar com a diversidade, seja ela cultural ou social. Contudo, quando seu responsável opta por educá-lo em casa, o desenvolvimento de suas competências intelectuais podem ser comprometidas, devido a falta de debates e pontos de vista opostos aos que lhes são empregados diariamente. Consoante a esse tema, faz-se necessária a analogia a obra O Abapuru, da artista modernista Tarsila do Amaral, em que, para a autora, a cabeça pequena simbolizava a falta de criticidade do ser humano. Sendo assim, essas pessoas se tornam parte dessa obra.     Posto isso, a educação domiciliar deve ser discutida, para que seja encontrada a melhor solução acerca do tema exposto. Portanto, faz-se necessária a realização de palestras e debates, por profissionais da área da educação e de ciências sociais, em ações sociais financiadas pelo Governo, de modo a informar os prós e contras acerca dessa temática, em conjunto as escolas, pois essas têm grande influência na formação dos futuros cidadãos e de seus familiares. Talvez assim, as pessoas sairão de suas zonas de conforto e buscarão mais conhecimento acerca desse assunto, traçando um novo caminho para a história da humanidade, diferente do narrado por Ray Bradbury