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Enviada em: 09/09/2019

A Escola da Ponte, situada em Portugal, demonstra uma dinâmica de educação díspar, a qual baseia-se no convívio entre os alunos e, consequentemente, no aprendizado entre eles. Contudo, no Brasil, o debate acerca do ensino domiciliar gera dúvidas, dado que o referido implica na deficiência da socialização entre os jovens. Sob essa análise, tal situação impulsiona o desenvolvimento deficitário do indivíduo, bem como resulta na desordem concernente ao real papel do professor. Portanto, é necessário o debate mais afinco sobre a temática, a fim de priorizar a preservação da harmonia social e da indispensabilidade das instituições educacionais.       Em primeira instância, cabe ressaltar que o isolamento da criança, frente a dispensa à sala de aula, infere em efeitos irreparáveis. Desse modo, o avanço da comunidade em que o colégio está inserido, de acordo com Durkheim, está fundamentado na interação presente nessa estrutura. Além disso, o lecionamento preso ao ambiente domiciliar boicota, por conseguinte, a transmissão dos saberes e o afeto espontâneo ao próximo, uma vez que a empatia é desenvolvida de maneira natural  nos espaços escolares. Assim, é inegável que o progresso da sociedade, atrelado ao sucesso pessoal, encontra-se dependente da troca de conhecimento e de experiência entre os educandos.       Em segundo plano, os docentes, tais quais são mediadores do processo citado, têm a sua profissão limitada quando distanciados da escola. Nessa perspectiva, é irrefutável que o cargo do educador transcende os conteúdos curriculares, sendo a sua atuação, ainda, promovedora de diálogo a respeito de assuntos pertinentes, como a fundamental tolerância à diferença dentro do coletivo. Analogamente, no filme "Escritores da Liberdade", a personagem Erin provoca, a partir da instituição em que leciona, a ruptura de preconceitos existentes nos alunos. Nesse caso, é notável a importância da sala de aula - mediante à função do mestre -, e a crucial continuidade do sistema vigente, pois o desprestígio desses estabelecimentos acarreta, infelizmente, na supressão do verdadeiro ofício do professor.     Fica claro, dessa forma, que a educação restrita a esfera residencial corrobora, sobretudo, na escassez de um dos principais meios de socialização e no decaimento do papel do educador. Logo, é imprescindível que o Ministério da Educação, por meio de palestras direcionadas aos pais, visto que sejam em locais públicos e acessíveis, propicie a deliberação crítica dessa prática - em que esteja evidente os males advindos da evasão escolar -, com o intuito de promover a valorização do colégio e o seu mérito no desenvolvimento do jovem. Dessarte, há a sociabilização defendida por Durkheim e a merecida relevância dada ao docente, posto que são fatores fulcrais para o pleno bem-estar social.