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Enviada em: 31/08/2018

Na Roma antiga, a educação era um privilégio de domínio apenas da elite, o que estabeleceu, na população, uma segregação intelectual e econômica. Contemporaneamente, no Brasil, a metodologia do ensino médio vigente está ultrapassada, uma vez que a universalização da qualificação profissional conjunta ainda não é uma realidade para todos. Isso se deve, principalmente, à ineficiência do Estado, o que infere diretamente na vida dos mais pobres.    Em uma primeira análise, a possibilidade de qualificação profissional durante o ensino médio se mostra como uma medida para atenuar a desigualdade social. Isso porque, com a inserção dessa metodologia os estudantes tendem a se dedicar mais aos estudos, uma vez que com a qualificação seria mais fácil conseguir um emprego e os salários seriam maiores, o que motivaria os alunos. Nesse sentido, a inclusão dos mais pobres seria possível, além de especializar a mão-de-obra do país, contribuindo, assim, para o seu desenvolvimento econômico. Essa realidade está de acordo com o pensamento da maior parte da população, visto que uma pesquisa do IBOPE, em conjunto à Confederação Nacional da Indústria, afirma que mais de 80% dos entrevistados concordam que a qualificação técnica promove o aumento do salário.     Outrossim, segundo o autor Simon Schwartzman, em sua obra "Bases do autoritarismo brasileiro", o Estado apropria-se de sua função pública para a satisfação de interesses privados. Indubitavelmente, o Governo brasileiro está de acordo com o pensamento de Simon, tornando um desafio a inclusão do ensino técnico no país. Esse cenário ergue-se como uma realidade empírica em decorrência da ineficiência das leis contra a corrupção de colarinho branco, estabelecendo um panorama de impunidade no país. Dessa forma, o maior empecilho para a instauração da qualificação técnica é a medíocre punição para com os corruptos do Brasil, o que torna necessária uma mudança na lei.  Urge, portanto, que medidas sejam implementadas para tornar realidade o ensino técnico profissionalizante. A fim de combater o cenário de desigualdade social e corrupção, e construir uma sociedade pautada em dignidade, o Poder Judiciário, em conjunto ao Ministério da Educação, deve promover uma alteração nas leis vigentes. Essas ações estatais devem ser realizadas por meio do recrudescimento da pena para o crime de corrupção dos integrantes do Poder Público, possibilitando uma maior efetividade na punição e tornando a Câmara e o Senado ambientes voltados para a inclusão da população. Concomitantemente, esses agentes devem sancionar uma lei que torne obrigatório o ensino médio técnico profissionalizante, em todos os estados, para que por meio do incentivo ao estudo o país possa crescer e educação seja de fato uma realidade para todos.