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Enviada em: 03/09/2018

O modo de produção pós fordista, que perdura até os dias atuais, com a terceirização e as exigentes imposições empresariais, requer, progressivamente, uma maior capacitação técnica e profissional do trabalhador brasileiro. Dessa forma, muitos cidadãos ingressam em escolas técnicas e universidades para entrar em consonância com as exigências do mercado de trabalho. Entretanto, mesmo com uma maior procura pelo ensino tecnológico, muitos resistem em ingressar nesse, por puro preconceito vinculado ao histórico bacharelista do país. Ademais, outros brasileiros, pela pífia participação governamental, desconhecem a importância e a própria valorização desse setor que pode impactar positivamente na economia, ou, ainda, tentam ingressar nesse, mas não conseguem.      Em primeiro plano, é necessário que a sociedade brasileira se desvincule de preconceitos históricos para que a capacitação tecnológica ganhe maior espaço no cenário nacional. Isso, pois é secular a existência do ensino universitário no Brasil, desde a invenção das Academias de Teologia e Direito, que, enraizaram a crença do senso comum, aferida em uma consulta pública realizada pela Revista Veja, que confirma mais de 50% dos entrevistados jovens acreditam que somente após o ensino superior o cidadão conseguirá um bom emprego no mercado de trabalho. Esse falacioso argumento não condiz com a realidade do país, que, em meio a uma crise sem precedentes, registra o maior número de engenheiros desempregados da história, enquanto que o número de mestres de obra teve uma suave queda, segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agricultura.    Além disso, é necessário que, com a maior participação do Governo, um maior contingente de pessoas busque pelo ensino em questão, que trará impactos positivos para a economia do Brasil. Dessarte, o número de evasão do ensino médio brasileiro poderá reduzir, caso os jovens optem pelo ensino técnico, pois a forte ligação e contato desse com o mercado de trabalho poderá incentivar e estimular o jovem a finalizar o curso e garantir seu diploma. Ademais, o ensino tecnológico pode ser uma medida de ressocialização para menores infratores, o que pode convertê-los em mão de obra para impulsionar a economia do Brasil. Dessa forma, o Estado entraria em consonância com a máxima maquiavélica, donde se extrai que os fins justificam os meios.       Portanto, infere-se que superar desafios e incentivar o ensino tecnológico brasileiro impactará positivamente para a nação. Logo, urge que o Ministério da Cultura, em parceria com o MEC, difundam campanhas publicitárias nos meios de entretenimento, a fim de sensibilizar e mostrar a importância do ensino técnico para vencer preconceitos e impulsioná-lo. Urge, também, que o MEC crie projetos, em território nacional, com cursos técnicos que capacitem menores infratores e os ressocializem.