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Enviada em: 20/11/2018

Atualmente, o ensino técnico enfrenta desafios que impactam o desenvolvimento do Brasil. Ao longo de sua história, a cultura brasileira prestigia a aquisição e acúmulo de títulos, como é o caso do diploma universitário, em desprestígio da formação profissional. Considerando que a formação superior e o ensino técnico são abordagens educacionais com finalidades distintas, a economia brasileira sofre com a escassez de profissionais de nível médio, bem como o ensino formal aponta alta evasão.       Primeiramente, percebe-se que a atual configuração do ensino médio não é simpática à formação profissional. A necessidade de grande parcela da população, sobretudo a de baixa renda, de ingresso precoce ao mercado de trabalho prejudica o engajamento às diretrizes da educação em vigor no Brasil. Este fato é corroborado pela alta evasão escolar: de acordo com pesquisa do Insper, a evasão escolar no ensino médio chega a ser de 50% em alguns estados.       Por outro lado, a qualificação profissional, até pouco tempo sem prioridade, registrou 110% de aumento de demanda por matrículas no ensino técnico federal. A percepção de utilidade desse tipo de formação vem da perspectiva salarial: de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 82% dos entrevistados entendem que os profissionais capacitados por ensino técnico recebem remuneração maior do que aqueles sem capacitação. Tal argumento representa um forte apelo à permanência dos jovens na escola.       Portanto, é importante que o jovem tenha essa opção. Considerando a recente reforma do ensino médio, que permite priorizar as disciplinas e conteúdos por afinidade, verifica-se uma oportunidade para inserção do ensino técnico. O Ministério da Educação deve convocar audiências públicas pelas câmaras municipais de vereadores de todo o país, a fim de que sejam ouvidos membros e entidades da sociedade civil, sindicatos, especialistas e gestores públicos, cujo propósito é contribuir para a formulação de um grande programa nacional de ensino técnico. Assim, os jovens serão motivados a permanecer na escola, a economia brasileira contará com profissionais mais qualificados e a democracia sairá fortalecida pela inclusão e cidadania.