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Enviada em: 20/08/2019

A valorização do ensino técnico surge em meados de 1964, durante o governo ditatorial vigente, como um plano econômico do governo, este que acreditava na nomeação de "técnicos" para os ministérios e não "políticos". Hodiernamente, o obstáculo para a valorização é encontrado na defasagem anterior do ensino básico ou a renda dos indivíduos que procuram a especialização tecnológica, visto que os processos de inserção nas instituições são feitos através de testes baseados na grade curricular do ensino médio ou através de altas mensalidades. Dessa maneira, tais fatores devem ser analisados visando mitigar a problemática de forma eficaz.   Em primeiro plano, cabe ressaltar o nível de dificuldade ou altas mensalidades atribuídas às instituições tecnológicas. Isso pode ser notado com os testes realizados para a seleção de candidatos. Semelhante aos vestibulares nacionais, o conteúdo avaliado nessas provas é baseado na grade curricular do ensino médio. Entretanto, alheio ao ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), o conteúdo é abordado de forma conteudista, avaliando o candidato por qualidade de formação e não por competências. Em síntese, as classes menos abastadas que vêem a formação tecnológica como forma de melhorar sua subsistência são diretamente prejudicadas, contribuindo com o aumento da desigualdade entre classes.   Ademais, com os frutos da Revolução Tecnológica, mesmo os cargos mais básicos em indústrias e empresas necessitam de especialização, tornando obsoleta a imagem do "funcionário apertador de porcas" vista em "Tempos Modernos", de Charles Chaplin. Nesse contexto, a especialização se mostra uma solução possível para épocas com altos índices de desemprego, criando novas oportunidades para desempregados. Desse modo, o amplo acesso aos cursos técnico e tecnólogos (estes de nível superior), tendem a receber atenção especial do Governo Federal como um projeto econômico.    Diante desse cenário, cabe aos órgãos governamentais federais, concomitante aos governos estaduais, a busca por projetos que facilitem e ampliem o acesso aos cursos tecnológicos e tecnólogos, buscando investimentos de empresas privadas nacionais e internacionais. Para os indivíduos de baixa renda, deve-se aprimorar o sistema de inclusão por intermédio das cotas, dado que várias "classes" são incluídas no mesmo benefício, reduzindo as chances de ingressão. Somente assim colocaremos um fim à imagem do funcionário alienado de Chaplin.