Em tempos de holding, trustes e cartéis, isto é, do crescimento do capitalismo monopolista, os cursos técnicos surgem como grande oportunidade para jovens e pequenas e médias empresas que desejam buscar, respectivamente, espaço no mercado de trabalho e sua parcela de consumidores, fomentando, dessa forma, a economia brasileira e estimulando a concorrência, prejudicada pelas oligarquias. No entanto, a ausência de uma distribuição uniforme de escolas de ensino técnico no Brasil contribui para uma concentração industrial cada vez maior na região Centro-Sul, prejudicando o desenvolvimento de outras, como a Norte e a Nordeste. Primeiramente, os impactos do crescente número de jovens e adultos dispostos a se especializarem são positivos para as pequenas e médias empresas, que conseguem contratar, a salários mais atrativos, pessoas qualificadas tecnicamente, uma vez que há maior oferta desses profissionais. Além disso, a economia brasileira é estimulada e favorecida por conta do aumento da concorrência, a qual foi prejudicada graças às práticas oligárquicas de indústrias que dominam a maior parcela do mercado consumidor. A diminuição do desemprego e da evasão escolar - haja vista que a rápida entrada a um emprego estimula os jovens, ao contrário do que aconteceria caso fosse cursado uma faculdade em um ensino superior - também fazem parte dos benefícios de um ensino difundido. Em segundo lugar, como citado anteriormente, a concentração industrial e empresarial na região Centro-Sul, majoritariamente na região Sudeste, provoca uma acumulação de profissionais e estabelecimentos apenas nessas áreas. Consequentemente, há um sobrecarregamento nesses locais, trazendo outros impactos como aumento da poluição, do trânsito e da concentração de pessoas. Por conta disso, há uma crescente elevação da desigualdade social nas regiões Norte e Nordeste, as quais carecem de ensinos técnicos e, dessa forma, não se tornam atrativas às companhias e às oportunidades de emprego. Em última análise, faz-se necessária o maior controle governamental para se fiscalizar de maneira mais justa a compra ou junção de indústrias, a fim de se evitar a prática de holdings, cartéis e trustes, diminuindo o poder de oligarquias. Dessa forma, pequenas e médias empresas terão mais espaço, adquirindo um maior mercado consumidor e, consequentemente, aumentarão o número de empregos e estimularão a especialização de profissionais. Por fim, aos Governos Estaduais cabe uma maior atenção quanto a distribuição de escolas técnicas, buscando uma maior abrangência com o intuito de atingir mais pessoas e atrair mais indústrias, por meio de escolas em bairros carentes e maior incentivos fiscais aos comércios, desenvolvendo, assim, a sua região.