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Enviada em: 24/09/2019

A Revolução Industrial propiciou o surgimento dos alimentos industrializados e o desenvolvimento de um estilo de vida sedentário, fatores responsáveis pela alteração da massa corporal da população. Embora vetusto, tal cenário ainda é pertinente na sociedade contemporânea, a qual é afetada por imbróglios tangentes aos hábitos alimentares e de vida dos indivíduos, os quais ocasionam na obesidade e afetam drasticamente a qualidade de vida dos brasileiros.       Em primeira análise, é importante pontuar que a alimentação inadequada da população é uma das principais causas da obesidade. Embora o Brasil se destaque no comércio mundial como um grande exportador de produtos agrícolas, o consumo de alimentos orgânicos, naturais e livres de conservantes é inacessível para uma parcela significativa do contingente demográfico. Nesse contexto, indivíduos em situação de vulnerabilidade socioeconômica recorrem a refeições ricas em produtos industrializados, os quais se caracterizam pelo menor custo, mas são extramente prejudiciais ao organismo humano. Em razão disso, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de obesidade aumentou 67,8% entre 2006 e 2018.       Por conseguinte, segundo ideário do filósofo inglês Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir aos cidadãos saúde e bem estar social. No entanto, não há dúvidas que o difícil acesso a acompanhamento médico e nutricional pelo sistema de saúde público atua como um entrave para a efetivação desse direito. Aliado a isso, a ascensão dos mecanismos tecnológicos tornou as pessoas cada vez mais sedentárias e desatentas a si mesmas, de forma que o cuidado com a saúde deixou de ser prioridade. Portanto, percebe-se que a sociedade brasileira, além de não ter apoio estatal que possibilite qualidade de vida, convive com fatores agravantes, como a falta de atividades físicas.        Ademais, é incontrovertível a persistência da manifestação de preconceitos da sociedade contra indivíduos que fogem do padrão estético da magreza. Nesse sentido, além das limitações físicas e de saúde, as pessoas obesas ainda lidam com piadas, rejeições e comentários maldosos, conjuntura  que influencia a autoestima e é capaz de desencadear transtornos psicológicos.       Portanto, o Estado deve investir em políticas econômicas que beneficiem as empresas produtoras de alimentos saudáveis, de forma que os produtos tornem-se mais baratos e acessíveis a maior parte da população. De modo simultâneo, o Ministério da Saúde deve incentivar a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, por meio de programas compostos por profissionais especializados, a fim de diminuir as taxas de obesidade no Brasil e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Por fim, o Ministério da Saúde deve conscientizar a sociedade acerca do respeito e empatia, para que problemas relacionados ao preconceito e a consequente baixa autoestima não sejam mais persistentes.