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Enviada em: 23/09/2019

Desde a década de 70, a indústria alimentícia se fortalece em inovações e tecnologias que visam o aumento da produtividade em escala global. Entretanto, o aumento excessivo nos índices de sódio, açúcares e gorduras na composição desses gêneros são, atualmente, fatores nocivos à saúde mundial. Na conjectura brasileira, estima-se que mais da metade da população esteja acima da média ideal de massa corporal, incluindo-se crianças e adolescentes. Dessa maneira, é necessária a discussão acerca dos impactos sociais da obesidade e sobrepeso, pois são reveladores dos estilos de vida contemporâneos e indicam a necessidade de adaptações públicas às novas realidades.    Em primeira análise, a nocividade da obesidade está relacionada a debilitação do metabolismo humano, visto que este passará a ter dificuldade em realizar suas funções habituais. Sabe-se, também, que suas causas estão relacionadas a aspectos da vida moderna, como o consumo de produtos extremamente industrializados e a ausência da prática habitual de atividades físicas. Dessa forma, a falta de incentivo à prática de exercícios e o super estímulo ao consumo de gêneros açucarados e gordurosos estão adoecendo a população brasileira. A longo prazo, a sociedade terá adultos que desde crianças estiveram sob a condição de sobrepeso e que sofrem com restrições e pressões sociais.    No panorama atual, muito se discute também sobre a exclusão e a falta de representação desses novos moldes corporais. Não há dúvidas que a padronização e a idealização do corpo favorece a manutenção de estereótipos e preconceitos com os que estão fora do espectro de saúde imposto pelas grandes mídias, provocando ataques e comentários gordofóbicos, principalmente nas redes sociais. Por isso, ainda que a obesidade seja considerada uma doença crônica pela medicina, atitudes de discriminação não devem ser legitimadas na sociedade, pois corroboram com a exclusão desses segmentos.    Sendo assim, o combate a obesidade e ao sobrepeso deve ser um trabalho com múltiplas frentes de atuação, visto que, sua presença na atualidade deve-se a soma de fatores sociais e culturais. É esperado, portanto, que o Governo Federal em parceria com o Ministério da Saúde, elabore campanhas públicas de incentivo à prática esportiva diária. Cita-se como exemplo a promoção de mutirões de assistência à saúde em praças públicas e aulas de educação física gratuitas nos bairros urbanos. Contudo, tal trabalho deve ser realizado em paralelo com a conscientização da população quanto ao respeito mútuo com a parcela de pessoas que sofrem com o sobrepeso crônico ou não. Dessa maneira, a população caminhará junta rumo a um futuro que, acima de tudo, é preenchido por respeito às diferenças.