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Enviada em: 26/09/2019

Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, o índice de obesidade entre jovens cresceu em 110% nos últimos 10 anos. Tal fato se deve a novos hábitos cada vez mais comuns como a má alimentação e sedentarismo, causados, sobretudo, devido a maior acessibilidade a comidas ultra processadas e a rotina agitada do indivíduo pertencente à era da tecnologia. Desse modo, tendo em vista que esse problema, há algumas décadas atrás, tinha uma dimensão irrisória em relação a atual, faz-se necessário discutir medidas coerentes com o presente cenário para lidar com os temas de sobrepeso e obesidade no país e suas consequências.   Primeiramente, é fundamental relacionar essas características físicas e seus impactos no bem-estar individual. Nesse sentido, muitas pessoas que estão acima do peso “ideal” podem ter, aliado a doenças diretamente causadas por esses fatores (diabetes e hipertensão), depressão e ansiedade, pois além de danos à saúde do corpo, esse fator pode refletir no estado mental da pessoa, visto que, geralmente, a auto estima é consideravelmente afetada. Logo, essa questão problemática urge maior atenção das áreas que a mesma abrange a partir de métodos de integração entre as especialidades para combater esses riscos ao indivíduo.   Concomitantemente ao crescimento do número de obesos e de pessoas com sobrepeso, ocorre o surgimento de um fenômeno de combate à piadas e do preconceito contra esses grupos, o que gerou a criação do termo “gordofobia” e mais conversas acerca de tal tema. Com isso, caso fosse exibido hoje uma novela como Saramandaia, com a personagem Dona Redonda que é satirizada pelo autor por ser obesa -e na ficção literalmente “explode” devido sua forma física-, haveria uma reação negativa por parte do público, que hoje problematiza esse tipo de abstração em tom de sarcástico. No entanto, ainda há muito tabu em torno disso, o que ainda ocasiona muitas falas preconceituosas.   Portanto, é indispensável que haja a atuação das autoridades governamentais competentes e seja objeto de discussão pela sociedade civil. Para tanto, cabe ao Ministério da Saúde criar um programa específico acerca dos problemas com peso no qual um protocolo seja implementado no Sistema Único de Saúde (SUS) focado no atendimento aos pacientes que não estejam no peso adequado, cuja finalidade seja que eles tenham acesso a consultas e sejam acompanhados constantemente por nutricionistas, psicólogos, cardiologistas e outros especialistas para impedir com que doenças decorrentes disso se manifestem. Por fim, deve haver debates maiores com o intuito de enfatizar os danos psicológicos causados à vítima por atitudes preconceituosas contra o corpo das mesmas.