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Enviada em: 06/10/2019

Na Grécia Antiga, o pensador Epicuro já preconizava que, com a filosofia do autocontrole, a sociedade poderia controlar corretamente alimentação através da interpretação de seus impulsos físicos. No entanto, na atualidade brasileira, os constantes casos de exploração da obesidade não têm contribuído para o ideal promovido. Nesse ínterim, apesar dos estudos da Industrialização Cultural e do Dr. Drauzio Varella terem garantido visões primordiais nesse âmbito, a ambição econômica e a discriminação têm intensificado tal problemática.        Em primeiro lugar, é notável que a produção alimentícia em alta escala, datada desde a Segunda Revolução Industrial, manteve a progressão dos interesses financeiros em detrimento dos riscos alimentares à saúde da sociedade. Nessa perspectiva, os filósofos Adorno e Horkheimer, no conceito de Industrialização cultural, inferem que esse desenvolvimento foi provocado pela ambição incessante das indústrias em alcançar lucros progressivos através do consumidor, o que implicou na idealização de alimentos prontos e com propriedades químicas que maximizam a validade e favorecem a obesidade, a exemplo dos produtos ricos em sódio. Desse modo, a atuação dessas indústrias torna-se incompatível no ideal filosófico de Epicuro, já que elas induzem o desequilíbrio alimentar dos consumidores com o objetivo de alcançar maiores lucros.        Nessas circunstâncias, com a universalização do corpo ideal, tem-se a formação de idiossincrasias intolerantes que afetam a vida dos obesos na medida em que considera-se todos estes como doentes no campo científico. Em face disso, o Doutor brasileiro Drauzio Varella, no estudo sobre a saúde alimentar, constata que a generalização da obesidade como uma doença potencializa a formação de estigmas sociais e preconceitos. Dessa forma, fatores como estes auxiliam no entendimento do estudo da Pordue University, que demonstra a recorrência desse comportamento discriminatório como peça chave do sofrimento dos obesos na sociedade, tal realidade inadmissível requisita maior fiscalização.     Destarte, são impostergáveis medidas para fiscalizar as propriedades dos alimentos e os preconceitos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde deve investigar os produtos industrializados, de modo que seja analisado as composições destes antes de chegarem nos ambientes comerciais, a fim de garantir alimentos com menores riscos para o bem-estar da sociedade. Ademais, o Ministério da Ciência e Tecnologia, precisa idealizar aplicativos para denúncias, de modo que seja disponibilizado para celulares móveis e que possa encaminhar relatos de indivíduos obesos para as delegacias mais próximas, a fim de promover segurança e fiscalização dos comportamentos intolerantes. Somente assim, os obesos terão como comandar os seus hábitos, conforme o ideal de Epicuro.