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Enviada em: 05/08/2019

As Nações Unidas, em seu relatório sobre o “Esporte para o Desenvolvimento e a Paz”, de 2003, afirma que o esporte, por sua própria natureza, envolve a participação, a inclusão e a cidadania, na medida em que une indivíduos e comunidades, destaca os aspectos comuns e serve de ponte entre diferenças étnicas e culturais. Nesse sentido, apesar do esporte ser um importante fenômeno social de promoção da cidadania, a falta de incentivo à prática esportiva ainda é um obstáculo a ser vencido na sociedade brasileira.      Em primeira análise, cabe relembrar que o surgimento do esporte retoma o período clássico da Grécia Antiga, quando surgiram atividades lúdicas organizadas em torno de regras de participação, formação de valores e a prática do “fair play”, conceito posteriormente adotado pela ética esportiva que significa jogo justo. Com efeito, já nos períodos atuais, o processo de construção da cidadania através do esporte ocorre pela integração comunitária e socialização, sobretudo pela inclusão social do público de baixa renda. De fato, o futebol como modalidade esportiva não foge a essa realidade e sua ascensão na sociedade brasileira é prova disso: a atividade que anteriormente tinha sua prática limitada aos grupos nobres, gradativamente passou a ser aderida pelas camadas populares, tanto que, eventualmente, o futebol tornou-se sinônimo de ascensão social e visibilidade para os jovens, a partir da possibilidade de profissionalização e inserção no mercado de trabalho.      Toda a via, é errôneo acreditar que o Poder Público trabalha ativamente para promover a prática esportiva no país. No fim do ano de 2018 a controversa decisão de extinguir o Ministério do Esporte veio acompanhada de inúmeras críticas, contudo, o sucateamento do esporte no país não é algo inédito, sendo que, de acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), apenas 30% das unidades públicas básicas de ensino possuem um espaço destinado à prática de educação física. Com efeito, é inaceitável que, mesmo sob a alcunha de ser “o país do futebol”, o esporte no Brasil não seja devidamente valorizado.       Fica claro, portanto, que, a valorização do esporte deve ser uma prioridade ao governo. Cabe ao Ministério da Educação o incentivo à prática de esportes por meio da oferta de bolsas esportivas nas escolas, por meio da redistribuição de verbas destinadas para tal fim. Além disso, cabe ao Governo Federal, junto às Secretarias Escolares Municipais, a realização de obras nas unidades públicas de ensino, a fim de construir um espaço voltado para a prática de esportes, por meio do repasse financeiro. Espera-se, com isso, que o Brasil se torne um lugar para todos por meio da prática esportiva e exercício da cidadania.