Materiais:
Enviada em: 25/07/2019

Sendo uma das maiores metrópoles brasileiras, a cidade de Fortaleza tornou-se exemplo ao instituir, em 2012, um programa municipal de construção de campos de futebol em bairros da cidade. É o ''Projeto Areninhas'', que proporciona lazer e interação cidadã a crianças e jovens que vivem em locais periféricos da capital cearense, onde o poder público, muitas vezes, não chega. Entretanto, apesar desse caso de sucesso, a relação entre esporte e cidadania na sociedade brasileira, - tão desigual e carente de iniciativas dessa natureza - ainda deixa a desejar. Assim, em uma nação que ignora o sentido transformador do esporte, é lícito afirmar que a ineficiência estatal, além da postura inerte das confederações esportivas, fazem do Brasil um país ineficaz em unir esporte e cidadania.      Primeiramente, evidencia-se, por parte do Governo, a ausência de políticas públicas que sejam efetivas em proporcionar cidadania por meio do esporte a pessoas socialmente vulneráveis. Essa lógica é comprovada pelo papel meramente ilustrativo que o Ministério do Esporte possui na administração pública nacional. Instituído para ser um órgão de criação, manutenção e promoção do esporte para todos os cidadãos, tal ministério falha em não destinar recursos aos potenciais atletas carentes e aos sucateados centros públicos de treinamento, o que faz com que a participação cidadã aliada à prática esportiva seja dificultada por questões financeiras. Logo, é substancial a mudança desse quadro.    Outrossim, a inércia das confederações esportivas também são parte responsável pela baixa promoção do esporte cidadão no Brasil, no que concerne ao desinteresse destas em formentar medidas de estímulo ao atletismo. Sob esse aspecto irresponsável dessas instituições, é comum encontrar, nos noticiários, reportagens que tratam dos atos de corrupção e ''lobby'' existentes nessas corporações, como na Confederação Brasileira de Futebol, por exemplo. Desse modo, a corrupção afasta o esporte do seu caráter principal: socializar indivíduos e desenvolver respeito à individualidade alheia. Nota-se, dessa forma, a necessidade de combater o desvirtuamento dessas entidades.    Infere-se, portanto, que mecanismos que promovam esporte aliado à cidadania devem ser implementados no Brasil. Posto isso, o Ministério do Esporte deve, por meio de um amplo debate entre Estado, especialistas, e sociedade civil, instituir programa de estímulo ao esporte no país. Tal programa deve construir centros de treinamento, adaptados também a pessoas com deficiência física, em áreas carentes, a fim de proporcionar acesso ao lazer de indivíduos periféricos. Ademais, é necessário que o Poder Legislativo, mediante projeto de lei que destine dinheiro de corrupção a projetos de inclusão social, aumente a rigidez na punição de confederações esportivas desonestas. Destarte, o Brasil poderá, finalmente, ser uma nação que integra esporte à cidadania para o bem de todos.