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Enviada em: 29/07/2019

em 1995, o time de rugby da África do Sul, com o estímulo do então presidente Nelson Mandela, contribuiu para a unificação de um país segregado pelo apartheid, demonstrando o poder transformador do esporte em uma nação. É nesse contexto que se tem intensificado a visão cidadã do esporte na sociedade brasileira cuja democratização é um desafio, seja pelo descaso por poder público para com esse setor, seja pela escassez de recursos desportivos inclusivos nas escolas do país, o que eleva a exclusão social, necessitando ser combatidas.        Diante disso, é indubitável que a insuficiência de investimentos governamentais nos equipamentos e espaços esportivos no Brasil esteja entre as causas dessas problemáticas. Segundo Aristóteles, filósofo grego, em sua obra "Ética à Nicômaco", a política deve ser usada de modo a garantir o bem-estar dos cidadãos. No entanto, observa-se que tal ideal não é devidamente praticado pelos entes federativos brasileiros, haja vista que, a despeito da Constituição Federal de 1988, o acesso aos equipamentos de lazer, como as quadras esportivas, previsto na lei, é bastante precário, especialmente nas comunidades carentes. Isso aumenta a exclusão social desses grupos que acabam associando-se a grupos criminosos para modificar sua realidade social, elevando a violência no país.        Outrossim, a escassez de recursos que promovam a inclusão desportiva nas escolas brasileiras agrava tal quadro. De acordo com o Censo Escolar 2017, boa parte (60%) dos discentes com necessidades especiais não possuem atendimento especializado nas suas instituições de ensino. Essa realidade dificulta a inclusão desses alunos nas práticas de atividade física, já que esses pouco participam dessas atividades lúdicas sem uma orientação profissional, o que proporciona a manutenção da cosmovisão social equivocada de inutilidade atribuída às pessoas com deficiência.        Dessa forma, urge que o Estado brasileiro tome medidas diligentes que assegurem a democratização do esporte aos cidadãos brasileiros. Destarte, os Ministérios da Cidade e da Educação devem, mediante parcerias público-privadas e planos diretores de investimento de longo e médio  prazos, promover a construção e a manutenção de centros esportivos nas cidades, especialmente nas áreas carentes, com diversas modalidades desportivas, bem como fornecer cursos de capacitação aos professores que os ensinem os métodos de inclusão na atividade física, a fim de garantir o direito ao lazer e o bem-estar dos brasileiros.