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Enviada em: 26/07/2019

"Ganhar ou perder, mas sempre com democracia", esse cartaz foi carregado pelos jogadores do time de futebol do Corinthians durante a Ditadura Militar. Nesse contexto, os atletas expressavam suas vontades como cidadãos, como o direito ao voto para Presidente, através do esporte. Atualmente, mesmo configurando-se como uma importante atividade que gera inclusão e participação social, o esporte não é valorizado da forma que deveria. Com efeito, deve-se analisar como a negligência do Poder Público e a omissão escolar diminuem a valorização do esporte com construtor da cidadania.    Em primeiro plano, evidencia-se que o governo não oferece infraestrutura básica para prática esportiva. A Constituição Federal de 1988 garante a todos os cidadãos, sem distinção, o direito ao esporte e ao lazer, entretanto, de acordo com o jornalista Gilberto Dimenstein, os direitos dos brasileiros estão restritos à carta magna, uma vez que essas garantias não são colocadas em prática. Nesse contexto, o Poder Público deveria proporcionar infraestrutura para prática de esportes, o que não acontece, visto que as quadras poliesportivas - quando existem - estão sempre em péssimas condições, o que dificulta sua utilização. Nessa realidade, as pessoas acabam distanciando-se do esporte. Logo, para proporcionar inclusão social por meio do desporto, é imprescindível que o governo forneça infraestrutura necessária para realização dessas atividades.    De outra parte, não há - pelo menos como deveria - uma incentivação das escolas para os alunos praticarem desportes. Isso acontece porque, segundo Paulo Freire, a escola deveria estimular os diversos tipos de habilidades, entretanto, no brasil, os institutos preocupam-se apenas em reproduzir conteúdos em detrimento do incentivo a outras atividades como os esportes, por exemplo. Nesse contexto apontado por Freire, a rede de ensino não potencializa o esporte como agente fomentador da cidadania, pois é através desse que se constrói o respeito pelas regras, pelas diferenças, combate ao preconceito e as descriminações. Isso posto, faz-se necessário a potencialização do ensino esportivo nas instituições de ensino para que as escolas possam ser os agentes construtores da cidadania.    Urge, portanto, ações para valorizar a prática esportiva no país e gerar mais inclusão. Para isso, as Prefeituras devem garantir infraestrutura para o ato esportivo, por meio de reformas ou construção de quadras poliesportivas, com o intuito de proporcionar inclusão social, pois com locais para praticar desportos, há oportunidades para socialização. Ademais, o Ministério da Educação deve, por meio da alteração do currículo escolar, potencializar o ensino esportivo. Essa medida visa incentivar os cidadãos, desde a infância, a praticarem esportes, o que construiria uma sociedade mais cidadã, isto é, mais inclusiva. Assim, o esporte e a cidadania andariam de mãos dadas.