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Enviada em: 04/08/2019

No século XIX, praticar um esporte era um privilégio que somente as classes mais altas podiam desfrutar, o que excluia a população em geral da atividade. Embora o acesso ao esporte se expandiu consideravelmente nas últimas décadas, verifica-se a permanência de uma estrutura social que marginaliza os mais humildes dessa prática. Nesse sentido, a falta de uma estrutura esportiva adequada nas escolas públicas e a desigualdade no âmbito do lazer, fruto de processos históricos, se fazem presentes na sociedade contemporânea.        É evidente que, devido a infraestrutura precária dos colégios estaduais - quando comparada á existente nas escolas particulares - as condições de acesso ao esporte sejam injustas. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, somente 26,8% das escolas públicas do primeiro ao nono ano do ensino fundamental possuem quadras escolares, em contraste com os 57,5% das instituições privadas. Como consequência, há a negação, por parte do Estado, do direito constitucional ao lazer para grande parte dos cidadãos.       Outrossim, a sociedade brasileira negou historicamente a prática de determinados esportes por membros da população considerados como inferiores, fato que pode ser verificado na negação - por parte de clubes de futebol - da contratação de jogadores negros no início do século XX. Por conseguinte, faz-se necessário a dissolução dessa conjuntura e a democratização da atividade esportiva.          Portanto, transformar o esporte em um mecanismo de inclusão social é um desafio de todos e responsabilidade do Estado. Assiste ao Ministério do Esporte, por meio da parceria com clubes esportivos, a promoção de torneios em lugares carentes, a fim de incentivar a prática da atividade entre a população local. Ademais, o Ministério da Educação deve incentivar, por meio das aulas de educação física, uma maior integração das crianças ás atividades. Talvez assim, o esporte não será um mero reprodutor das desigualdades existentes no seio da sociedade.