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Enviada em: 07/08/2019

De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível notar que, no Brasil, as lacunas no esporte rompem com essa harmonia, em face de falhas na administração pública e da falta de incentivo. Sendo assim, desconstruir tais obstáculos é substancial na busca por um modelo esportivo qualificado, a fim de proporcionar, de fato, a prática da cidadania no cenário brasileiro.     Em primeiro lugar, tal condição recai sobre o caráter governamental. A Constituição Federal de 88 determina que é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada cidadão. No entanto, mediante falhas estruturais, 60% das unidades públicas de educação básica do país não contam com quadras esportivas, segundo o IBGE, o que demonstra que o país não oferece  o mínimo para estimular a prática de exercícios físicos. Consequentemente, o Brasil tornou-se a nação onde se menos pratica esporte nas escolas, quando comparado com os países da América Latina, segundo o canal de entretenimento infantil ''Nickelodeon''.       Ademais, a carência nas políticas de motivação configura outro atenuante. Referência mundial para os atletas, os Estados Unidos utilizam o esporte como forma de acesso ao ensino superior, fazendo com que o indivíduo desperte desde a infância o interesse por essa área. No entanto, o Brasil caminha na contramão dessa realidade, uma vez que, além de não oferecer infraestrutura adequada, o custo para o treinamento particular é alto, de acordo com dados da revista Exame. Dessa maneira, muitos indivíduos tendem a buscar apoio em outros países, ou acabam abandonando a área em função da dificuldade de obter treinamento e qualificação.     Infere-se, portanto, que entraves no esporte tupiniquim impedem a prática da cidadania. Para mudar essa realidade, é significativo, em primeiro lugar, a atuação do Ministério da Cidadania, através da efetivação da Lei de Incentivo ao Esporte, com o intuito de fomentar o investimento tanto público quanto privado aos atletas brasileiros. Além disso, o Estado deve habilitar as escolas e centros esportivos nacionais, por meio de recursos estruturais (quadra, material, equipamentos e professores), com a finalidade de oferecer um modelo qualificado. É fundamental, ainda, que a educação seja aliada do processo de incentivo, uma vez que a atividade esportiva pode servir como meio de transformação social e de cidadania.