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Enviada em: 11/08/2019

Durante o classicismo grego, o esporte surgiu, essencialmente, como uma forma de culto aos deuses e valorização da cultura mítica da Grécia Antiga, contudo, promovia também a integração entre as cidades-estados. Hodiernamente, o esporte é uma ferramenta de atenuação das disparidades socioeconômicas e promoção de princípios e valores, todavia, a ausência de políticas públicas eficazes, bem como a falta de incentivo, acarreta o sentido antagônico da prática esportista no Brasil. Nesse sentido, essa problemática constitui um desafio a ser superado não somente pelo poder público, mas por toda a conjuntura social.       A priori, uma sociedade sólida e integrada é arraigada pela égide da incolumidade das figuras sociais menos favorecidas. De acordo com Aristóteles, a política é um meio para galgar a justiça social, a qual deve ser viabilizada pela prática da cidadania. Similarmente, a Constituição Federal de 1988, garante aos brasileiros o usufruto do direito de acesso ao lazer, de modo a respaldar a cidadania irrestrita, entretanto, essa premissa é corriqueiramente negligenciada, desencadeando um cenário de impraticabilidade das leis. Desse modo, o esporte constitui a superação de uma realidade avessa aos ditos padrões estamentais de um corpo social insípido e, não obstante, hierarquizado.       Outrossim, o esporte é uma maneira usual de empoderamento social, haja vista, que a superação de uma realidade sem preceitos e valores viabiliza o provimento da mitigação dessa problemática. Segundo Émile Durkheim, a anomia surge quando as leis que regulamentam o comportamento das pessoas perdem sua validade e, dessa forma, promove a instabilidade social. Analogamente, no Brasil, em especial, nos centros periféricos, a prática do esporte recai sobre um cenário de descrença quanto aos princípios legais e a aplicabilidade das leis. Nesse aspecto, a cidadania está intrinsecamente ligada ao pressuposto do esporte, o qual pauta a integração entre povos e culturas distintas.        Depreende-se, portanto, que a prática esportiva é um fator que além de desmistificar diferenças sociais, aglutina pessoas de valores e ideais distintos. Dado isso, faz-se necessário que o Governo Federal, por meio da Secretária Especial do Esporte – órgão gestor das políticas do esporte nacional –, promova o incentivo a prática das diversas modalidades, de modo a fazer parcerias público-privadas, estimulando, fiscalmente, empresas que financiem projetos de desenvolvimento de quadras e complexos esportivos em áreas periféricas. Assim, será possível construir uma sociedade mais justa e, sobretudo, integrada.