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Enviada em: 20/08/2019

De acordo com o sociólogo britânico Thomas Marshall, para que a cidadania seja estabelecida em uma nação, todos os direitos civis, políticos e sociais devem ser estendidos à população inteira. Nesse sentido, no Brasil, observa-se no esporte um potencial como ferramenta de promoção da cidadania, uma vez que ele resulta em vários benefícios para quem o pratica, como a melhoria na saúde. Assim, explicita-se que a prática esportiva acarreta contribuições para o alcance de todas as prerrogativas, no entanto, ela é negligenciada pelo Estado.     Segundo o filósofo coreano Byung-Chul Han, os indivíduos precisam fazer atividades que não estejam diretamente relacionadas ao trabalho e aos estudos, para aliviar a tensão diária. Nessa lógica, o esporte, além de promover uma sensação de relaxamento, pode atuar em função da saúde, da construção de valores como a resiliência, do respeito, da noção de hierarquia e do alcance da dignidade, como o paraesporte- destinado a pessoas com deficiência. Ademais, a prática esportiva também pode contribuir para a ascensão social, pois quando se analisa a história de Raffaela Cordeiro, por exemplo, percebe-se que ela nasceu no subúrbio e conquistou sua independência financeira com a luta, sendo ela medalhista nas Olimpíadas de 2016. Desse modo, fica claro que o esporte oferece alcance para a conquista de direitos, os quais, em conjunto, acarreta na plena cidadania.     Entretanto, o Estado não atua eficientemente em prol do aumento da prática de esportes entre os brasileiros.Isso se deve ao fato de que o Poder Público não investe, eficientemente, em meios de fazer com que tenha muitos atletas na população, o que cria uma imagem, para a maioria das pessoas, que só quem é profissional, é esportista e faz a maior parte da sociedade desmerecer a atividade física.Em contrapartida, nos Estados Unidos, a Administração oferece benefícios para os atletas, como um auxílio no ingresso nas universidades, as quais querem melhorar seus times. Dessa forma, com essa prática o governo norte-americano faz com que os indivíduos, desde crianças, busquem os esportes, o que deve ser inspirado pelo Brasil.     Diante do exposto, a fim de que a atividade física seja promotora da cidadania como na teoria de Marshall afirma, os Ministérios da Educação e do Trabalho, em parceria com empresas privadas, devem fornecer auxílios para a graduação no Ensino Superior e no mercado laboral para quem pratica esportes. Isso pode ser feito por meio do investimento do capital público-privado para a melhoria da infraestrutura de colégios e praças, pois, dessa maneira, poderá haver quadras que atendam a vários tipos de esportes e toda a população seriam incluídas e as empresas que incentivarem isso devem,especificamente, ter seus impostos reduzidos pelo Estado.