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Enviada em: 27/08/2019

Promulgada em 1988, a constituição brasileira baliza-se que todos os cidadãos possuem iguais direitos jurídicos, civis, políticos e sociais. No entanto, em um país no qual a justiça é parcial, a falta de políticas públicas é berrante e 10% da população mais rica concentra quase 50% da renda bruta do país, chega a ser irônico ter uma constituição apelidada de "constituição cidadã". O esporte, que é essencial à qualquer indivíduo, quando em simbiose com o excluído ultrapassa a esfera do hobby e prazer. O esporte para essas pessoas se torna uma ferramenta de transformação e inclusão social, deixando claro sua importância para a manutenção da cidadania. Focando análise na pessoa excluída, o esporte tem a capacidade de transformar a realidade vigente de diversas formas. O jovem, muitas vezes vulnerável á criminalidade, ao ter contato com o esporte agrega efeitos imediatos: Ocupação de seu tempo aprendendo sobre práticas esportivas e consequentemente princípios sobre respeito e cooperatividade, a melhoria da saúde, e a regulação da liberação de hormônios do prazer causando-lhes bem-estar. Além, em um país em que as oportunidades de emprego não são iguais, o esporte funciona como rompimento social proporcionando ao até então excluído um salário mais digno, visibilidade e respeito social. Não basta ser considerado um cidadão, é preciso sentir-se um. A representatividade é uma ferramenta primordial para a construção da cidadania. O deficiente físico ao ver o semelhante sendo prestigiado e respeitado em uma Olimpíadas, sente-se mais pertencente a sociedade. Do mesmo modo que a criança da periferia ao ver o craque de futebol oriundo da favela, sonha em ser igual a ele. Alguns governos cientes da função do esporte na construção da cidadania já investem em projetos sociais voltados á atividade física, como exemplo do Rio de Janeiro em seu projeto "Esporte e Cidadania". No entanto, o acesso ao esporte deve ser de esfera nacional. Partindo do pressuposto que a o caráter é formado na infância, o ministério da educação em parceria com o governo Federal deve elaborar uma nova faceta das aulas de Educação Física. Além do incentivo á pratica esportiva em si, construindo áreas de lazer nas escolas ou proximidades (visto que apenas 27% da rede pública fundamental possui quadras) deve-se incluir a discussão acerca da coletividade, cooperatividade, respeito e fair play, princípios a serem reproduzidos na sociedade. Além, a menor incidência e destaque de atletas periféricos e deficientes na mídia e em grandes competições não é por falta de talento, mas sim, por falta de patrocínio. Os governos municipais e estaduais em parceria com ONG's e projetos sociais deve investir financeiramente nestes atletas. Com treinamento igual, a ascensão e representatividade do excluído será maior, e a sensação de cidadania cada vez mais efetiva.