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Enviada em: 23/05/2017

A contemporaneidade, marcada pelos avanços sociais e tecnológicos, permitiu o desenvolvimento humano com a inserção da educação para todos no Brasil. Ainda assim, a manutenção de obstáculos nos âmbitos socioeconômico, geográfico, cultural e pedagógico para a formação científica sustenta o crônico problema de evasão das escolas.           Em primeira análise, é importante salientar os reflexos da evasão escolar na intensificação das disparidades sociais e de renda. A esse respeito, relaciona-se o abandono da escola por diversos fatores como, por exemplo, o intuito de realizar trabalhos para complementar a renda familiar, o desinteresse de muitos jovens, a dificuldade de aprendizado conjugado com um ensino precário, as longas distâncias e o transporte deficitário, além da proibição e displicência dos pais e do Governo no quesito de estimular os jovens. Como consequência, o desenvolvimento torna-se comprometido e aumentam-se as incertezas relacionadas à futura inserção no mercado de trabalho, suscetíveis a uma grande instabilidade de  remuneração. Em muitos casos, a evasão escolar relaciona-se à entrada para a criminalidade e à promoção da violência no meio social.           Na esteira do processo de evasão escolar, alude-se à atuação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que por meio da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional oferece o aparato para as escolas lidarem com os desvios. No entanto, os centros educacionais transferem a inerente responsabilidade para o Conselho Tutelar, direcionando números e dados dos alunos, isentando-se da obrigação, pela lei, de buscar combater e prevenir o problema com mecanismos efetivos e eficazes. Segundo dados do Ministério da Educação, a evasão escolar atinge cerca de 3,2 milhões de jovens por ano.         Torna-se evidente, portanto, os reflexos negativos da evasão escolar para a sociedade. Nesse sentido, é essencial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, escolas e família. É fundamental que as escolas tracem planos de combate e prevenção da evasão, por meio da atuação direta dos professores no ambiente familiar, buscando entender e diagnosticar as realidades específicas de cada aluno. Para isso, é primordial o suporte da Assistência Social, do Conselho Tutelar e dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Transporte, conjugando recursos para romper os possíveis obstáculos socioeconômicos, no ensino, na saúde e nos deslocamentos. Ademais, o governo deve estimular os jovens a frequentar a escola por meio de projetos e políticas públicas que envolvam atividades e documentários, mostrando os benefícios da formação escolar. A articulação dessa pluralidade é ideal para erradicar a evasão escolar e semear o desenvolvimento intelectual.