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Enviada em: 25/05/2017

Compreender a evasão escolar como problema ainda vigente é o verdadeiro desafio brasileiro no século XXI. Na medida em que isso ocorre, tornam-se evidentes as dificuldades estruturais das escolas e as condições socioeconômicas dos alunos e, consequentemente, passa a ser questionado o papel do Estado como interventor nesse cenário.    Ao se analisar os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, verifica-se que, em 2015, 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos deixaram a escola antes de concluir os estudos e 52% desse grupo não concluiu sequer o ensino fundamental. Tal fato é reflexo da existência de unidades de ensino com infraestrutura depredada e sem acessibilidade, bem como da falta de um projeto político-pedagógico que atraia os alunos às salas de aula, despertando-lhes interesse no aprendizado. Em virtude disso, o número de discentes fora das escolas continua a crescer e, com isso, a educação brasileira sucateia-se ainda mais.    Além disso, os problemas socioeconômicos como a baixa renda familiar, o trabalho precoce e a gravidez na adolescência são fatores que estimulam a saída de crianças e jovens das escolas, tornando-os vítimas de um sistema social e econômico que inibe as chances de indivíduos de classes menos favorecidas ascenderem no país.    Em vista dos argumentos apresentados, pode-se notar que o problema que acontece dentro dos muros de uma escola é um problema de toda a sociedade — e também do poder público. Dessa forma, cabe ao Estado acolher as pessoas que abandonam os estudos para ajudar na complementação da renda familiar, e encaminhá-las à assistência social da prefeitura de seu município. É ela quem vai entrar em contato com a família e sugerir o ingresso dessas pessoas em políticas públicas específicas. Outro grande problema é a falta de interesse dos alunos pelas aulas. Uma saída para isso, é adaptar o método de ensino à geração que está nas escolas hoje. Esses jovens cresceram com maior facilidade de acesso à internet, com perfil de participação e interação também maiores. Portanto, aulas que são, na verdade, grandes monólogos, não os atraem. Assim, os gestores da escola devem acompanhar os métodos de ensino dos professores, a maneira como eles lecionam e investir em algumas ferramentas tecnológicas que façam com que as aulas sejam mais dinâmicas e, por consequência, mais interessantes para os alunos.