"Penso, logo existo." Com essa máxima, Descartes deixou várias reflexões para a humanidade. Pode-se dizer que uma delas, a importância dos estudos, tem sido fundamental para o progresso das nações. No Brasil, essa realidade precisa ser encarada com um olhar mais crítico, principalmente quando se avalia os índices de evasão escolar. Em primeiro lugar, é preciso compreender as causas desse problema. Diversas destas são conhecidas - pobreza, gravidez precoce, mas uma em particular é pouco discutida, a adaptação familiar com uma herança de acomodação. Isto é, gerações são criadas em um contexto não só de pobreza, mas também de falta de informação. Exemplo disso, é o costume de colocar os filhos para trabalharem desde cedo. Para esses pais, estudar não é uma alternativa para mudar o futuro, mas algo desnecessário. Além disso, outros fatores impedem a quebra desse ciclo. Cabe destacar as barreiras que dificultam a resolução desse dilema. A principal delas, a forma de enxergá-lo de maneira mecanizada, não facilita sua superação. De fato, a humanização tem de ser priorizada ao tratar desse assunto. Ou seja, a formulação de teorias e análises que não são colocadas em conjunto com um meio que crie laços com as partes envolvidas no problema e com os que querem solucioná-lo são obstáculos que precisam ser quebrados, para que as pessoas possam ser vistas não como números em um estudo, mas como o que elas verdadeiramente são, seres humanos. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para a resolução dessa problemática. Para isso, o Ministério da Educação poderia desenvolver um projeto que abranja todas as Prefeituras, no qual a criação de um grupo formado por psicólogos, professores e agentes sociais reuniriam-se com as famílias semanalmente, orientando-os quanto a necessidade dos filhos estudarem, além do Governo Federal disponibilizar verbas para que a iniciativa cumpra-se em todo o país. Assim, a realidade mostrada por Descartes talvez possa concretizar-se também no Brasil.